'Mulher tem que ser feminista', afirma Jessika Alves - Divulgação
'Mulher tem que ser feminista', afirma Jessika AlvesDivulgação
Por

Rio - No ar como a Helena em 'Tempo de Amar', Jessika Alves está encantada com a personagem. "Amo a Helena. Ela é leve. Vou sorrindo pro estúdio gravar. Até em uma cena pesada, ela olha o lado bom, tem uma coisa boa para falar", diz. E constata: "Estou aprendendo com ela a ser mais paciente. Sou ariana, muito prática. Ela é serena, ouve. Talvez eu esteja mais calma".

Mas nem só de diferenças se constrói um personagem. Tal qual Helena, Jessika também gosta de cuidar: "Me identifico com essa coisa dela de ser protetora. Sou assim com minhas amigas".

No folhetim das 18h, Lena se recupera do baque da descoberta da traição do italiano Giuseppe (Guilherme Prates), que teve um caso com Gilberte (Maria Eduarda de Carvalho). E ainda paira na trama a dúvida: o casal vai mesmo se separar definitivamente?

"Acho difícil ela perdoar, não sei como vai ser", opina. "Eles se gostam muito. Torço pelo casal. Mas acho que ele tem que aprender. Mesmo sendo colocado para fora de casa, ainda pisa na bola. Precisa amadurecer e perceber que a Helena é a mulher da vida dele",afirma.

E a atriz já perdoou ou perdoaria uma traição?

"Não sei como agiria. Nunca soube se fui. Traição tem a ver com o que se esconde, mentira. A base de um relacionamento é a confiança, quando quebra, sempre fica um resquício", pondera."Acho que tudo pode se resolver na conversa. Não somos perfeitos, então não sou radical".

NAMORO

Fora da ficção, Jessika namora há dez meses o empresário Ibraim Lopes."Não tem regra, mas sempre namorei pessoas que não são do meio", revela. "Gosto de absorver o máximo no trabalho e quando saio tento desligar. Então a parte boa de namorar alguém de outro universo, é falar de outros assuntos,experiências. Trocamos muito". E deixa escapar: "Posso dizer que estou feliz".

SONHO REALIZADO

A curitibana de 26 anos contou com a parceria da mãe para dar o pontapé na carreira. "Ela era casada e o marido dela veio transferido para o Rio. Depois eles se separaram e ficamos só nós", lembra. "Minha mãe é muito nova e somos muito amigas. Pedi para ficarmos, queria tentar a carreira. Ela sempre me apoiou muito, comprou o sonho. Apesar de não ser uma vontade dela, ela bancou", divide Jessika, que veio pra cá com 14 anos. "Ela achava uma profissão difícil, acho que tinha medo da frustração".

OPORTUNIDADES

A menina que já 'brincava' de ser atriz com oito anos foi à luta para tornar a profissão uma realidade. "Fazia figuração, o Mário Márcio Bandarra (diretor) me viu e chamou para fazer um teste em 'Malhação'", recorda. "Foi assim que consegui meu primeiro papel", diz sobre a Norma Jean no folhetim adolescente. "Estava no momento certo, na hora certa. Tinha 17 anos".

Ela credita a carreira a muito trabalho, determinação e merecimento: "Cada um tem sua hora, a hora de colher o que planta. O que jogamos para o universo, ele devolve". E aproveita para jogar mais alguns desejos: "Quero fazer cinema. E também desejo fazer uma vilã. Tenho um rostinho angelical, sou doce. Seria uma vilã que não parece vilã. Na frente um anjo e essa construção por trás. Seria um desafio".

PELA DIVERSIDADE

A atriz gosta de se envolver com causas que se identifica. Tanto, que recentemente posou para o 'Projeto Pele', que despe personalidades em fotos sem retoques, idealizado pelos fotógrafos Brunno Rangel e Marcelo Feitosa. "O Brunno é amigo de anos. Quando ele me mostrou o projeto achei muito legal. Precisamos falar disso. De diversidade. Pensar fora da caixa", propõe. "O nu é bonito, foi assim que viemos ao mundo. Somos lindos do jeito que somos. E a beleza vem sim de dentro. Tem muita gente que seria linda aos olhos dos outros, mas não identificamos beleza. Felicidade e amor próprio contaminam".

Ela fala ainda da cobrança por um padrão no corpo feminino:

"É preciso coragem pra quebrar paradigmas. Se mostrar do jeito que realmente é. Olha o clipe da Anitta ('Vai Malandra'). Que outra cantora dá um close na bunda e bota a celulite pra jogo? Tem sempre alguém que chega e coloca o pé na porta", comenta."A mulher tem o direito de ter o corpo que quiser, livre de preconceitos. Por mais amor próprio, sem pressões".

E conclui: "Me considero feminista. Até pouco tempo atrás essa definição de feminismo não era muito esclarecida. Pensava-se no feminismo como mulheres que querem brigar com os homens. Não é isso. Mulher tem que ser feminista, senão quem vai lutar pelos nossos direitos?"

Você pode gostar
Comentários