São Paulo - O ano de 2020 será marcado por notícias sobre vacinas, painéis de monitoramento da Covid-19, a adaptação da vida ao novo normal e tantas outras sequelas deixadas pela pandemia do novo coronavírus. Profissionais e organizações se depararam com um inimigo comum para o combate à pandemia. As mulheres tiveram papéis fundamentais nessa batalha.
Neste ano tão difícil e peculiar as mulheres atuaram como pesquisadoras, criaram equipamentos hospitalares, reivindicaram a gratuidade da vacina e geriram países que tiveram ótimos resultados em relação à pandemia.
Além disso, os países chefiados por mulheres tiveram melhor resposta diante do novo coronavírus, casos da Nova Zelândia, Alemanha e Noruega, por exemplo. Relembre a seguir 15 mulheres que se destacaram no combate da Covid-19. Elas tiveram papeis de destaque em meio a este acontecimento que afetou a vida de todos em 2020.
1- Ester Sabino
A pesquisadora, professora e imunologista brasileira lidera a equipe da Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMTP-USP) que fez o sequenciamento do genoma do Sars-Cov-2. Esse processo só pode ser feito porque, há quatro anos, Ester passou a adotar a metagenômica (estudo do material genético) para estudar epidemias causadas por dengue e Zika. A partir disso foi possível sequenciar o genoma de amostras dos primeiros pacientes infectados no Brasil em 48 horas, o que impressionou o mundo todo.
2- Jaqueline Gomes de Jesus
A biomédica de 30 anos é coordenadora da equipe do IMTP-USP que sequenciou o genoma do novo coronavírus. Ela e sua equipe adotaram a técnica de análise do metagenoma, considerada mais ágil e menos custosa.
3- Nisreen Alwan
A médica anglo-iraquiana teve um papel relevante em relação à pesquisa de efeitos colaterais associados à Covid-19. Ela publicou um artigo em que discordava do termo “caso leve” e afirmava que o número de mortes não era o único que importava para medir a pandemia. Ela sugeriu que os países começassem a contar as pessoas consideradas “curadas” para entender as sequelas da doença transmitida pelo novo coronavírus. “Nós ainda sabemos muito pouco sobre a Covid-19, mas nós sabemos que não podemos lutar com o que não medimos”, escreveu.
4- Angela Merkel
Angela Merkel é uma das chefes de Estados mais influentes do mundo e raramente não aparece em listas de personalidades do ano. Dessa vez não poderia ser diferente. Ela adotou uma postura considerada exemplar e de muita transparência com a população. Assim que os casos começaram a despontar na Alemanha, Merkel fez um pronunciamento em que falava que a situação era de muita seriedade. O país foi exemplo em testagem, mapeamento de casos e isolamento de pacientes no mundo todo.
5- Somaya Faruqi
A ativista e seu grupo de robótica integrado apenas por mulheres, Afegãs Sonhadoras, usaram peças de carro, sensores e correntes de moto para criar um respirador de baixo custo para pessoas infectadas pela Covid-19. Para a Reuters, Somaya disse que o dispositivo deveria controlar o volume de oxigênio que entra no corpo e a quantidade de respirações por minuto.
6- Jacinda Ardern
Com apenas 25 mortes e 2 mil casos de Covid-19, a Nova Zelândia, país chefiado por Jacinda Ardern, foi um dos países que mais chamou atenção com sua agilidade em combater a doença. Antes da curva de casos começar a subir significativamente, foram aplicadas medidas de isolamento social restritas, além de controle de fronteiras e controle de infectados.
7- Febfi Setyawati
Segundo a União Internacional de Telecomunicações, apenas 15% da população da Indonésia tem acesso à Internet. Para ajudar estudantes e pessoas que cumpriam isolamento, a ativista Febfi Setyawati dirigia um trailer que disponibiliza Internet gratuita e uma biblioteca móvel em bairros que não contavam com rede móvel.
8- Sarah Gilbert
A vacinologista britânica se tornou uma das figuras centrais na corrida da vacina contra a Covid-19. Ela lidera a equipe da Universidade de Oxford que está desenvolvendo o imunizante em parceria com a AstraZeneca, uma das mais promissoras vacinas contra o coronavírus, com 70% de eficácia, segundo resultados da Fase 3 de testes.
9- Lauren Gardner
O rastreador da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, foi uma das ferramentas que mais conseguiu rastrear e mapear os casos e mortes causadas pela Covid-19 em todo mundo. Isso não teria acontecido sem Lauren Gardner, a professora de engenharia que liderou o time que elaborou o sistema. O mapa da universidade ganhou credibilidade e é citada como um dos medidores mais confiáveis da pandemia.
10- Katrín Jakobsdóttir
Katrín é a primeira-ministra da Islândia, país que também teve desempenho exemplar durante a pandemia. Antes da primeira pessoa infectada, ela aplicou medidas como testagem em massa, proibiu aglomerações e encontros com mais de 20 pessoas. Desde o início da pandemia, 28 pessoas morreram e 5.500 ficaram infectadas, uma taxa pequena já que a população islandesa é de 360 mil habitantes.
11- Tsai Ing-wen
A presidente do Taiwan agiu cedo e, assim que a epidemia da Covid-19 começou, criou um centro de controle de epidemias. Uma das principais decisões tomadas pelo comitê foi fazer o mapeamento dos contaminados e aumentar a produção dos equipamentos de proteção individual (EPIs). Com isso, o país teve uma das menores taxas de morte e infectados do mundo. Desde o começo da pandemia, apenas sete pessoas faleceram e pouco mais de 700 tiveram a doença.
12- Ishtar Lakhani
A ativista sul-africana é uma das vozes ativas para que a vacina da Covid-19 seja liberada de maneira acessível para o mundo todo. Ela fez parte da campanha Free The Vaccine, que luta para que o imunizante seja vendido a preço acessível e disponibilizado gratuitamente para toda população.
13- Jeong Eun-Kyeong
Escolhida como uma das personalidades mais importantes de 2020 pela TIME, Eun-Kyeong é conhecida como uma “caçadora de vírus”. O trabalho da comissária da Agência de Prevenção e Controle de Doenças da Coreia (KDCA) para frear os impactos da Covid-19 na Coreia do Sul foi considerado como exemplar em todo mundo.
14- Elizabeth Anionwu
A enfermeira britânica é referência em enfermagem renomada especializada em células falciformes e talassemia. Em 2020, sua atuação se voltou para os impactos sociais deixados pela pandemia. Elizabeth tem chamado atenção para as desigualdades e a maneira como a Covid-19 tende a afetar mais às minorias.
15- Wang “Fang” Fang
A aclamada autora chinesa decidiu abordar a Covid-19 a partir do ponto de vista da China, país em que o primeiro caso surgiu. No livro 'Diários de Wuhan', Fang Fang relatou sensações como medo, desespero, angústia e os desafios enfrentados pela população chinesa durante o isolamento social forçado imposto pelo governo chinês.
Reportagem de Camila Cetrone, do iG - Delas