A atriz Adriana LessaDivulgação

Atriz, cantora, dançarina e apresentadora. Esses alguns dos muitos talentos de Adriana Lessa, uma artista completa. Mas nem sempre foi assim, a atriz começou no esporte e foi jogadora de voleibol. Só que o amor pela arte falou mais alto e hoje ela coleciona participação em novelas, peças de teatro, musicais e filmes.
Nascida em São Paulo, criada em Guarulhos, iniciou a carreira como atriz em 1986 nos espetáculos "Macunaíma" e "A Hora e A Vez de Augusto Matraga" com apresentações no Brasil, países da Europa e Canadá. Na TV fez sua estreia em 1991, em Araponga, na TV Globo, e não parou mais. Entre 1993 e 1994 apresentou o Dance MTV e outros programas na MTV Brasil. Em 1999 Adriana ganhou um papel na minissérie Chiquinha Gonzaga, mas o grande sucesso chegou com Naná, na novela Terra Nostra. Entre outros trabalhos, atuou em novelas de grande sucesso como Aquarela do Brasil, O Clone e Senhora do Destino.
Recentemente Adriana teve a importante missão de substituir a atriz Léa Garcia no musical “O Admirável Sertão de Zé Ramalho”, após a morte da diva aos 90 anos. Esse foi apenas um dos grandes desafios da carreira de Adriana, que também atua na luta contra o racismo, o preconceito e pela representatividade da mulher negra.
Neste mês de novembro, ela voltará a apresentar a Corte do Carnaval de São Paulo e ainda tem muitos projetos pela frente. Vamos conhecer um pouco mais sobre essa artista talentosa e muito querida pelo público? Confiram a entrevista completa!
Você já foi jogadora de vôlei, mas se apaixonou pela carreira artística. Como decidiu ser atriz?
Sou filha de pai mineiro, operário e mãe paulista, professora. Na infância, tive meu irmão como companheiro das grandes aventuras. Da melhor forma que puderam, meus pais possibilitaram e apresentaram importantes caminhos de formação e informação em minha vida. Na infância e adolescência, além dos estudos, pratiquei algumas modalidades esportivas de recreação na Associação Cristã de Moços e modalidades esportivas de competição através do colégio e do Sport Club Corinthians Paulista. Disciplina, respeito, autoconhecimento e senso de coletividade foram sendo formados através do convívio familiar e social. Na escola também participava de atividades artísticas. Mas foi na adolescência que iniciei profissionalmente como atriz após ser aprovada, em uma audição, pelo renomado diretor teatral Antunes Filho sob sua direção, nos espetáculos "Macunaíma", de Mário de Andrade, e "A Hora e A Vez de Augusto Matraga", de Guimarães Rosa.
Você é bastante discreta com sua vida pessoal. Como é a Adriana com a família e os amigos?
Considero muito a família e amigos. Gosto de crianças, animais, plantas. Sou uma pessoa tranquila, bem humorada que acredita que o diálogo sempre é a melhor forma para gerenciamento de crises e para conduzir ao equilíbrio. Claro que também me aborreço e me entristeço, mas não posso permitir que esses aborrecimentos sejam maiores do que as alegrias que desejo em minha vida e para as pessoas que amo.
Como foi homenagear Zé Ramalho nos palcos? E a responsabilidade em substituir Léa Garcia?
Homenagear e ter recebido em nosso palco este grandioso artista é uma forte emoção. Digo que, através de sua música, sou transportada para um Brasil profundo. Para o ano, em próxima temporada, esperamos emocionar mais e mais pessoas com sua arte. Léa Garcia é um grande ícone das artes e da cultura. Dar continuidade ao trabalho iniciado por ela é sim uma grande honra e responsabilidade que assumi com muito respeito.
Vamos falar sobre representatividade da mulher negra? E sobre racismo?
Representatividade é importante! E também como apresenta a historiadora Giovanna Heliodoro, "reforçar a nossa identidade enquanto mulher negra no Brasil é essencial para compreender o quão importante fomos e somos para a formação da sociedade brasileira, mas lembrar que vamos além é ainda mais necessário”. A exploração e escravização iniciaram a construção de nosso país. O racismo, desrespeito e preconceito são presentes em nossa sociedade.
Promover reflexões e reforçar o compromisso com a promoção da igualdade e do respeito à diversidade racial por meio de ações afirmativas, políticas internas, engajamento antirracista e questionamentos sobre privilégios são formas de combater o racismo estrutural. Para além das mazelas produzidas pelo racismo que foi criado por pessoas não negras e que precisa ser combatido cotidianamente, também quero falar e celebrar alegrias.
Você se acha um mulherão?
Com virtudes e imperfeições, eu me considero uma grande mulher e ser uma grande mulher está relacionada à manter ações diárias de respeito, transparência e verdade comigo mesma e com as pessoas à minha volta apesar das dificuldades externas e internas.
Quais são os próximos projetos?
Para ações profissionais artísticas futuras, além de temporadas de séries que serão exibidas, também voltarei a apresentar a Corte do Carnaval de São Paulo 2024.