Por thiago.antunes

Rio - Ontem o IBGE divulgou o IPCA, índice oficial de inflação da economia brasileira, do mês de abril. O resultado foi de 0,14%, contra 0,25% em março de 2017 e contra 0,61% em abril do ano passado. No acumulado em 12 meses, o IPCA marca 4,08% e nos quatro primeiros meses deste ano, 1,10%.

Trocando em miúdos, esses dados comprovam que a inflação está reduzindo o seu ritmo e que os preços, de forma média na economia, estão subindo menos.

Carioca paga mais caro pelos mesmos produtos que a média dos demais brasileirosDivulgação

Os alimentos ainda pressionam o indicador e quem vai ao mercado não percebe qualquer redução expressiva dos preços. Isso acontece porque quando se diz que a inflação está menor ou está caindo, não significa redução de preços.

Se os fossem reduzidos de um mês para o outro teríamos a chamada deflação econômica. O que vivemos hoje é um cenário em que os preços sobem menos ou mais lentamente. Mas, na média, tudo tende a ficar mais caro.

Essa queda da inflação, já permite apostar que ela fechará 2017 abaixo da meta central projetada de 4,5%. Assegurando, assim, as condições para que as taxas de juros possam ser reduzidas ainda mais pelo governo. É possível esperar que a próxima reunião do Copom fixe a taxa básica de juros (Selic), no patamar psicológico de 10% ao ano.

Se isso acontecer, os juros do cartão de crédito e do cheque especial devem ser finalmente forçados a uma redução perceptível pelo brasileiro aliviando um pouco os endividados, que não são poucos.

A notícia ruim é que quando se detalham as informações do IPCA, justamente no Rio a inflação acumulada é uma das mais altas do país, estando em 4,68% contra 4,08% do IPCA nacional.

Ou seja, não bastasse a falência do Estado do Rio de Janeiro, o recrudescimento da violência, a Lava Jato, a paralisia da Petrobras, a quase falência da Indústria Naval, a queda na arrecadação e os salários atrasados dos servidores, o cidadão fluminense paga preços muito mais altos pelos mesmos produtos e serviços do que a média dos demais brasileiros.

Gilberto Braga é professor de Finanças do Ibmec e da Fundação Dom Cabral

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