Rio - Luiz Fernando Pezão, disse nesta quinta-feira, que a expectativa é regularizar o pagamento dos servidores ainda no mês de agosto, o que significa dois meses de salários atrasados, além do décimo terceiro, para mais de 200 mil servidores.O governador do estado esteve em Brasília em reunião com o presidente Michel Temer, em que uma das pautas foi segurança pública.
"A gente espera muito atualizar esses pagamentos dentro do mês de agosto", disse Pezão. Segundo o governador, a operação de venda da gestão de folha de pagamento pode render recursos "significativos", e o Estado aguarda um pleito disputado.
"Acreditamos que dará um valor significativo e contamos com esses recursos em agosto para colocar a folha de pagamento em dia", falou o governador do Rio, após reunião com Temer.
Como já mostrou o Broadcast, o Rio estima uma receita potencial de R$ 1,5 bilhão com o leilão da folha (cujo contrato atual de cessão da gestão termina no fim do ano). "Estamos contando com recursos em agosto. Dá para colocar em dia, ainda mais com empréstimo", afirmou.
Pezão também deu esclarecimentos à imprensa sobre os cuidados com a saúde. "Se eu não me cuido, não tenho como cuidar das pessoas", disse.
“Eu não fui para um spa, eu me internei numa clínica médica. Eu precisava de tratamento. Eu saí de uma doença muito séria, um tumor muito forte. São oito tumores, saí do tratamento em outubro e, contrariando meus médicos, vim para a luta", concluiu o governador.
Pezão também negou que o desinteresse de instituições financeiras em conceder o empréstimo tenha sido um dos fatores que pesaram para a negociação da venda direta ao BNDES. Segundo ele, esta venda para o banco ainda não está definida.
"Não é verdade que os bancos não estão interessados. Banco do Brasil e Caixa não podem participar, nem o BNDES pode dar empréstimo, porque não pode ir recursos para custeio. Mas BB e Caixa estavam superinteressados nessa operação de garantia", afirmou o governador.
Logo após a conversa com os jornalistas, Pezão retornaria à sala de reuniões com o presidente Temer e com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para discutir detalhes de como a operação poderia ser realizada. "Volto agora para ver que tipo de operação o BNDES pode fazer conosco. E temos reunião na segunda-feira com o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, e com o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência)", disse.
Como mostrou ontem o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, a União deu sinal verde para que o BNDES compre as ações da Cedae para então reorganizar a empresa e privatizá-la. A opção é considerada "mais ágil" para o Estado, que precisa de recursos para colocar o salário de servidores em dia, e tem a simpatia do presidente do banco de fomento.
Até então, o BNDES vinha atuando apenas como estruturador da operação de privatização da Cedae, e a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) havia autorizado o Executivo a contratar empréstimo de até R$ 3,5 bilhões para antecipar parte dos recursos a serem obtidos com a venda. Em troca, o governo fluminense se comprometia a usar o dinheiro para quitar o financiamento quando a operação fosse concretizada.
Com informações do Estadão Conteúdo