Por thiago.antunes

Rio - Enquanto o estado não fecha o acordo de recuperação fiscal, ativos, aposentados e pensionistas seguem à espera da quitação de seus salários e fazem fila para buscar cestas básicas. A campanha de doação é organizada pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe) e, ontem, a Coligação dos Policiais Civis (Colpol) entregou 327 doações.

O presidente da Colpol, Fábio Neira, ressaltou que a iniciativa do Muspe continuará e convocou a categoria — que está com o salário em dia — a participar da campanha, doando alimentos e artigos de higiene nos polos de arrecadação.

Ontem%2C foi a vez da Coligação dos Policiais Civis doar as cestas%3B na sexta%2C a entrega ocorrerá na Uenf%2C em CamposDivulgação

“Fazemos essa ação humanitária de coração aberto, mas muito nos choca toda essa situação e ver as dificuldades pelas quais essas pessoas estão passando. Os servidores estão sobrevivendo em meio ao furacão e passando sufoco sem ter o básico”, declarou Fábio Neira.

Antes das 6h da manhã já havia pessoas formando fila em frente à entidade, que fica na Rua Sete de Setembro, 141, no Centro do Rio.  A distribuição das cestas básicas começou no sábado, no Sind-Justiça ( Travessa do Paço, 23, Centro), quando 550 kits foram entregues principalmente a aposentados e pensionistas que comprovaram seus vínculos com o estado. A fila dobrou o quarteirão da entidade.

Na última terça-feira, foi a vez do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio (Sepe-RJ), na R. Evaristo da Veiga, 55, no Centro, entregar 650 cestas básicas ao funcionalismo do Rio. E na próxima sexta-feira, o polo de distribuição será a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), em Campos, a partir das 9h.

O Muspe continua pedindo a participação de quem puder colaborar com a doação de alimentos. Os interessados deverão fazer suas entregas em qualquer um desses quatro polos de arrecadação.

Hoje, mais de 200 mil ativos, inativos e pensionistas aguardam o pagamento do restante do salário de maio, em um total de R$ 453,7 milhões líquidos. E 216.127 pessoas também estão sem os vencimentos de junho. São necessários R$ 609,8 milhões líquidos para quitar junho.

Governo federal atrasa publicação de decreto

Para o estado poder aderir à recuperação fiscal é preciso, primeiro, que a União publique decreto regulamentando a lei complementar que criou o regime. Mas até o fechamento desta edição, ontem, o Tesouro Nacional não havia enviado à presidência o texto que dará base ao decreto.

A expectativa era de que encaminhasse até a última segunda-feira, o que não aconteceu.

A esperança do funcionalismo é a ida do governador Luiz Fernando Pezão hoje a Brasília. Pezão foi chamado às pressas pelo presidente Michel Temer, ontem, e por isso cancelou sua licença. Pezão se licenciou por recomendação médica. Os problemas estão relacionados ao seu quadro metabólico (descompensação do diabetes, aumento de peso, entre outros), informou o Palácio Guanabara na sexta-feira.

Prefeitura inicia crédito de junho

O funcionalismo de Duque de Caxias está agonizando com atrasos salariais desde o ano passado. Ativos, aposentados e pensionistas viraram o ano sem os vencimentos de outubro a dezembro. Agora, a prefeitura, que sofreu arrestos judiciais na última semana para pagar dezembro, informou que iniciou o pagamento do mês de junho dos ativos e inativos no fim da tarde de ontem.

Segundo a prefeitura, receberam 5.259 funcionários da ativa, que ganham até R$2.310,52, além dos aposentados e pensionistas que recebem até R$3 mil líquidos, o que corresponde a 43,18% dos aposentados.

A nota do município diz ainda que, “nos próximos dias, de acordo com a entrada de recursos nos caixas da prefeitura, novas remessas de pagamento serão realizadas, até que todos os servidores tenham recebido seus vencimentos”. A prefeitura ressaltou ainda que os funcionários devem aguardar o processamento bancário para que os valores estejam disponíveis para movimentação nas contas.

Você pode gostar