Criminosos trocam os QR Codes. Ao apontarem a câmera para leitura, usuários acessam endereço com vírus
Criminosos trocam os QR Codes. Ao apontarem a câmera para leitura, usuários acessam endereço com vírusReprodução internet
Por Marina Cardoso
Por conta da pandemia do coronavírus, o QR Code, código de barras para ser escaneado através da câmera do celuar, ganhou mais espaço na vida dos consumidores. A ferramenta possibilita uma série de serviços que podem ser acessados sem contato físico e de forma mais rápida dentro de casa. Uma dessas alternativas é a realização de pagamentos. No entanto, é preciso ter atenção em relação a segurança dos seus dados e cuidados para não cair em golpes. 
Segundo especialistas, os cibercriminosos se aproveitam do momento para aplicar golpes da seguinte forma: eles fazem a substituição dos QR Codes dos estabelecimentos por códigos fraudulentos. Assim, os usuários, ao apontarem a câmera de seu dispositivo para a leitura, são redirecionados para um endereço com vírus.
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"Ao acessar um QR Code falso, o usuário poderá ter seus dados roubados, possibilitando que os criminosos apliquem vários golpes, como o da fraude de identidade", explica Marcio D'Avilla, especialista em segurança digital e consultor técnico da Certisign.
Uma pesquisa recente da MobileIron mostrou que, de março a setembro do ano passado, 38% dos seus entrevistados leram um QR Code em um restaurante, bar ou café, e 37% leram um código em um varejista. No entanto, mais da metade (51%) dos entrevistados afirmaram não ter ou não sabiam se tinham um sistema de segurança instalado em seus dispositivos.
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De acordo com D'Avilla, não há como identificar se um QR Code é falso somente olhando para a imagem, Mas, os consumidores podem adotar algumas medidas para evitar os golpes, como a instalação de um antivírus, entre outros cuidados.
"Nunca escaneie QR Code que foi enviado de um remetente desconhecido, por e-mail ou mensagens instantâneas, mesmo que o teor do conteúdo seja irresistível, como promoções. Os cibercriminosos usam ofertas espetaculares para incentivar o escaneamento de QR Code", explica o especialista.
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Após o escaneamento do QR Code, é exibida uma janela, na qual o usuário visualiza a URL para onde foi direcionado. É necessário verificar com atenção o endereço, pois se tiver erros de digitação ou estiver encurtado, a chance de ser um golpe pode ser bem provável.
"Confira se a página está protegida por um Certificado SSL, ferramenta emitida para o mesmo endereço em que o usurário está. Para isso, é necessário clicar no cadeado do navegador. Mas, não é garantia, pois até mesmo as páginas falsas possuem SSL. Todo cuidado é pouco", explica D'Avilla.
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O especialista ainda alerta para QR Code que direcionam para páginas com formulário. "Se o usuário for levado a uma página com um formulário, é preciso ter atenção. Apenas prossiga preenchendo se estiver certo de que está em uma página verdadeira, segura e transmitindo informações a uma empresa idônea. O preenchimento de cadastros também é uma prática comum para o roubo de dados na internet. Geralmente, a isca são promoções e descontos", indica D'Avilla.
Por fim, o especialista salienta que, se usado corretamente, o QR Code é uma ferramenta fantástica para agilizar o dia a dia dos clientes e empresas. "Sem dúvida, é uma tecnologia segura, quando usada com os devidos cuidados. Tanto que ele é usado por instituições bancárias como segundo fator de autenticação e como forma de pagamento", finaliza o especialista em segurança digital. 
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Boleto falso
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Na pandemia, os golpistas também se aproveitam para tentar enganar as pessoas com envio de boletos falsos. Com os pagamentos eletrônicos, são muitos os e-mails e notificações em relação a pagamentos atrasados e, sem cuidados, as pessoas caem nesses golpes.
"Veja se os dígitos finais representam o valor do boleto: se são diferentes, é possível que seja golpe. Caso seja uma cobrança recorrente, como boleto de financiamento de veículo, fatura da TV a cabo, boleto da escola dos filhos que costume vir com valor fixo, suspeite se houver alguma variação inesperada. Confirme também seus dados pessoais, como CPF e busque por erros de português e de formatação", explica Afonso Morais, sócio da Morais Advogados Associados.
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É necessário verificar ainda se os primeiros dígitos do código de pagamento coincidem com o código do banco que aparece como sendo o emissor do boleto. Também antes de efetivar o pagamento, o consumidor deve checar se o cedente do boleto é a instituição que realmente você está devendo, se for diferente não deve efetivar o pagamento. Os números bancários podem ser checados no site da Febraban (https://www.febraban.org.br/associados/utilitarios/bancos.asp).
"Se o boleto é emitido por uma financeira, banco ou loja, pesquise a reputação da empresa no Reclame Aqui para se certificar de que ela de fato existe. Se for cobrado por uma empresa de cobranças, verifique junto ao credor se ela está autorizada a negociar o seu débito e emitir boletos", explica Morais.
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Em caso de compras online, o consumidor deve sempre optar que possível por outros meios de pagamentos que não envolvam boleto. Plataformas como Mercado Pago, PagSeguro e demais meios digitais oferecem mais segurança quando atuam como intermediárias e podem ser acionadas se algo der errado na transação. 
Além disso, a dica é ler o código de barras pela câmera do celular ou no caixa eletrônico. Em geral, boletos com linha digitável adulterada não trazem código de barras compatível e precisam forçar a vítima a digitar a sequência manualmente para completar o golpe. Outra indicação é baixar o boleto no site do credor para evitar qualquer tipo de fraude. 
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