"Os números mostram que em bairros cujos proprietários têm um poder aquisitivo maior, eles resistem mais a baixar valores", disse o gerente de imóveis da APSA, Jean Carvalho.
"Os números mostram que em bairros cujos proprietários têm um poder aquisitivo maior, eles resistem mais a baixar valores", disse o gerente de imóveis da APSA, Jean Carvalho.Freepik
Por O Dia
Alguns bairros do Rio de Janeiro estão com a disponibilidade de imóveis residenciais para alugar bem acima da média considerada normal, que é de 8 a 10% do total de imóveis voltados para locação. A taxa de vacância média do município em abril foi de 19,5%, a mais alta desde o início da pandemia, quando estava em 14%.
Puxam a taxa para cima, os bairros Centro, com 37,5% dos imóveis vazios; Leblon, que só vem aumentando o estoque e já chega a 26,3%; Copacabana, com 19,6% dos imóveis livres; e Botafogo, com 20, 2%. Na Grande Tijuca, é a Tijuca que está 100% acima do normal, e taxa de 20%; Grajaú, alcança taxa de 18,6%; e Maracanã, 15,4%.
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De acordo com o gerente de imóveis da APSA, Jean Carvalho, "a consequência é que a recuperação dos valores dos aluguéis, que estão em patamares mais baixos do que o praticado há anos atrás, e começava a aumentar no início de 2020, parou. No último ano, na Zona Sul, Laranjeiras foi o único bairro que chegou a ter aumento de 2, 87%, porque a vacância lá é a mais baixa e os preços, os mais acessíveis. Os demais bairros estão todos com queda nos preços anunciados e também nos valores efetivamente cobrados, normalmente com algum desconto sobre o pedido inicialmente", revela.
Zona Sul - O Leblon ainda tem proprietários mais resistentes a baixarem preços e a queda no valor do metro quadrado para locação em 12 meses é de apenas 1,43%, saindo atualmente a R$ 59,28. Botafogo teve queda de 7,24%, com preços médios de R$ 37,52 por metro quadrado. Copacabana, baixou 5,18% e negocia-se a R$ 36,61 o m².
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O Centro, com maio impacto nas desocupações residenciais, está custando 9, 10% a menos, na faixa de R$ 28,06 por metro quadrado.
Zona Norte - A Tijuca, que lidera com a maior vacância, caiu apenas 0,52%, com valores em torno de R$ 23,06 por m². O Grajaú, diferente dos demais, apesar da vacância alta, aumentou 2,99% nos últimos doze meses, custando R$ 20,99. Já o Maracanã, com redução de 2,56%, está na faixa de R$ 23,56.
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"Os números mostram que em bairros cujos proprietários têm um poder aquisitivo maior, eles resistem mais a baixar valores. Eles podem ficar mais tempo com o imóvel fechado aguardando um inquilino disposto a pagar o que pedem. Em outras regiões, eles diminuem com mais rapidez. Mas lembro que 70% dos proprietários de imóveis possuem apenas um imóvel de aluguel e dependem dessa renda para viver. Quando cai a procura, eles tendem a baixar preços, mas bem lentamente, porque também podem estar com dificuldades. A situação atual ainda é crítica para todas as faixas sociais", afirma.
Volume de locações - Ao menos, a quantidade de imóveis alugada em abril teve o incrível crescimento de 857% com relação a abril de 2020, quando o mercado estava totalmente parado.
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Para o estudo de preços, foram analisados 14.100 anúncios de ofertas. A vacância é calculada com base na carteira de imóveis APSA.