Com o registro de geadas em diversas regiões do país, o preço de alguns alimentos sofreram alta de mais de 50% em determinados locais. Segundo dados analisados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o tomate, a cenoura e o alface foram os itens com maior variação de custo. A maior alta para o tomate foi registrada na Central de Abastecimento de Vitória, com um percentual de 51%. Já para a cenoura, a alta ultrapassou 50% nos mercados atacadistas em cinco estados analisados pela. O alface, por sua vez, chegou a registrar uma alta de 62,94% em Curitiba.
"No caso da raiz, além das baixas temperaturas registradas nas regiões produtoras, que prejudicaram o fluxo do produto aos mercados, a oferta também foi impactada em razão do intervalo entre a safra de verão, que se encerra, e a de inverno, que se inicia. Com isso, a quantidade de cenouras nos mercados atacadistas analisados registrou uma queda de quase 10% em relação a junho e de cerca de 6% quando comparada ao mesmo período de 2020", explicou a companhia.
Para agosto, a expectativa é que os preços continuem em níveis elevados, porém menores do que os registrados em julho. No entanto, o tomate deve continuar a encarecer as compras nos mercados atacadistas.
"Com as temperaturas mais baixas, o desenvolvimento e ponto de colheita do fruto são atrasados, o que reflete na tendência de menor oferta do produto no mercado. Além disso, em julho ainda foram registradas perdas decorrentes das geadas", afirmou o Conab
Em contrapartida, a cebola e a batata apresentaram reduções nos preços de comercialização em julho. Segundo a companhia, para o tubérculo, a boa oferta até meados de julho fez com que, na média, o movimento de preços fosse de queda na maioria dos mercados: "As geadas não prejudicaram as lavouras em ponto de colheita, mas interferiram no seu ritmo e afetaram os produtos a serem colhidos. Em agosto, os preços tendem a registrar alta".
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Frutas
O clima frio também impactou nos preços de comercialização das frutas. Em geral as cotações ficaram mais elevadas, com algumas exceções a depender das características locais de comercialização. O mamão registrou queda na oferta da variedade formosa, influenciado pelo frio e pela entressafra. Com isso, os preços permaneceram em bons patamares, mesmo na presença de demanda fraca.
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O mamão papaya novamente seguiu lógica parecida com a do formosa, com a diminuição da oferta, mesmo a uma taxa menor. A banana também registrou oscilações de preços de acordo com a menor demanda e maior intensidade de comercialização da banana prata, além da diminuição da oferta da banana nanica.
O Índice de Preços da Ceagesp, usado para medir variações no entreposto de São Paulo, terminou julho com alta de 11,2%, também por conta das geadas. Ainda assim, no acumulado do ano, o resultado ainda é de queda de 8,4%. A expectativa é de preços firmes em agosto com a volta às aulas.
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