Pesquisa mostra que cerca de 72,4% dos brasileiros viviam em famílias com dificuldade para arcar com as contasMarcello Casal Jr/Agência Brasil
Entre os integrantes de famílias com pessoa de referência preta ou parda, 9,7% tinham muita dificuldade e 34,7% tinham dificuldade, totalizando 44,4% da população do país que viviam em famílias com alguma dificuldade e eram chefiadas por pretos ou pardos. Já nas famílias cujo responsável era branco, 4,2% tinham muita dificuldade e 22,8% tinham dificuldade, totalizando 27,0% da população do país com algum grau de dificuldade.
Já na comparação dos chefes de família por sexo, a proporção da população que vivia em famílias que avaliaram ter muita dificuldade praticamente não variou entre os grupos, sendo 7,0% tanto quando a pessoa de referência era homem ou mulher. No entanto, há grande diferença quando se avaliou sua condição de passar o mês com o rendimento total familiar com facilidade. As famílias chefiadas por homens e que realizaram essa avaliação concentraram de 17,5% da população, enquanto aquelas chefiadas por mulheres concentraram 9,0%.
“Essa diferença pode ser explicada tanto pela renda per capita (por indivíduo) mais baixa para famílias com pessoas de referência que eram mulheres, como também por uma maior quantidade de famílias cuja pessoa de referência é homem”, disse o analista da pesquisa, André Martins.
Entre os 46,2% da população que integravam famílias com contas em atraso, 26,0% também eram de famílias em que a pessoa de referência tinha até o ensino fundamental completo e apenas 3,8% da população também pertenciam a famílias cuja pessoa de referência tinha o nível superior completo.
O restante tinha acesso às despesas ou recebimentos de seguros (35,3%) e a operações com empréstimos e parcelamento de imóveis, automóveis ou moto (32,1%).
“A proporção de brasileiros que viviam em famílias em que ninguém tinha ao menos um dos serviços bancários analisados foi de 16,7%, sendo 11,7% da população também integrantes de famílias com pessoas de referência pretas ou pardas e 4,8% da população também integrantes de famílias cuja pessoa de referência era branca”, acrescentou André Martins.
Nas transações que envolvem a tomada ou o pagamento de empréstimos e despesas com parcelamento de imóveis, automóveis e motos, o Sudeste também lidera, pois concentrava 12,8% da população do país vivendo em famílias que tiveram ao menos uma transação com esses serviços, mas o percentual no Nordeste (9,4%) foi o dobro do Sul (4,7%). O Centro-Oeste (3,0%) e o Norte (2,2%) vinham a seguir.
A concentração da população brasileira que vivia em famílias do Sudeste que tiveram despesas ou recebimentos com serviços de seguros foi de 18,0%, 7,6% em famílias do Sul, 5,9% do Nordeste, 3,0% do Centro-Oeste e 0,8% do Norte.
A contribuição das famílias com pessoa de referência branca nas despesas per capita com serviços financeiros (R$ 73,62) foi bem maior que a das famílias com a pessoa de referência preta ou parda (R$ 48,91). A contribuição para o valor per capita mensal com aplicações das famílias com pessoa de referência branca (R$ 76,63) era mais que o triplo do das famílias com pessoa de referência preta ou parda (R$ 24,69).
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