Rio - O mês de julho deste ano teve a maior perda salarial registrada nos últimos 12 meses, apontou o boletim Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe). De acordo com o levantamento, houve perda real nos salários de 1,6%.
Além disso, o levantamento também constatou que a maioria das negociações coletivas realizadas entre janeiro a julho terminaram sem reajuste real de salário para os trabalhadores. Apenas 27,4% alcançaram resultados positivos e 50,5% obtiveram reajustes abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Já o piso mediano negociado ficou em R$ 1.345. O Salariômetro analisou os resultados de 42 negociações salariais, que são coletados no portal Medidor, do Ministério da Economia.
Ainda segundo o relatório, o reajuste mediano ficou em 7,6% em julho e a inflação medida pelo INPC acumulou 9,2% em 12 meses. O INPC verifica a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos e também é usado como parâmetro nas negociações salariais. De acordo com projeções dos bancos Itaú Unibanco e Santander, que constam no boletim, a estimativa é que o índice deva crescer até setembro.
Segundo o professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e coordenador do Projeto Salariômetro, as famílias que ganham dentro da renda analisada no estudo sentem mais os aumentos de preços em despesas domésticas, como alimentação e energia. "É uma situação muito triste, mas era previsível", analisa.
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