O ministro da Economia, Paulo GuedesDivulgação
Preocupação
A compensação para 2022, segundo a estratégia do governo, será feita com a arrecadação da volta da tributação de lucros e dividendos prevista no projeto do Imposto de Renda com alíquota de 15%. O projeto, porém, enfrenta resistências no Senado e, por isso, o temor do mercado de que o IOF seja acionado também em 2022 para bancar o Auxílio Brasil.
Guedes e seus auxiliares têm explicado que o aumento até dezembro do IOF foi uma tecnicalidade jurídica para cumprir e a legislação é será transitória.
É que o Auxílio Brasil vai permitir um aumento dos beneficiários do programa de 14 milhões para 17 milhões de famílias. Para isso, faltava R$ 1,6 bilhão para atender a toda esta base ampliada. Pela LRF, o governo precisava indicar de onde viria esse dinheiro.
Nos últimos dias, Guedes tem reforçado que o aumento da arrecadação será de mais de R$ 200 bilhões e, portanto, não foi por falta de dinheiro ou populismo fiscal. Mas pela exigência jurídica de indicar a fonte de recursos.
Críticos, porém, apontam que o Ministério da Economia poderia ter escolhido outra fonte. O IOF é um tributo regulatório e pode ser elevado por meio de decreto, sem a necessidade de uma Medida Provisória ou projeto de lei e nem de prazo de noventena para entrar em vigor. O ministro tem negado que a elevação do IOF será permanente.
Integrantes do mercado manifestaram ao ministro preocupação com a forma como o governo explicou o aumento do IOF, anunciado na quinta-feira à noite, sem nenhuma entrevista do governo.
Eles alertaram ao ministro de que esse problema de comunicação gerou ruídos de que a medida teria sido adotada à revelia de Guedes e que ninguém teria entendido o propósito de elevar o IOF nesse momento de aperto da alta de juros.
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