Itens da cesta básica que foram entregues em escolas do municípioFoto: Evelen Gouvêa

O valor médio da cesta básica de alimentos de dezembro aumentou pelo menos 15% em relação ao mês anterior em sete capitais de oito analisadas. O Rio de Janeiro registou os itens mais caros dentre todas as cidades analisadas mensalmente.

De acordo com a plataforma Cesta de Consumo HORUS/FGV IBRE, as maiores altas foram registradas em Brasília (14,9%), Manaus (7,8%) e Fortaleza (6,8%), em relação aos valores de novembro de 2021. Belo Horizonte apresentou retração de 2,7% no valor total da cesta básica enquanto São Paulo ficou praticamente estável em relação ao mês anterior (0,1%).

Os produtos que mais contribuíram para o aumento do valor da cesta de Brasília foram frutas (12,7%), café (5,7%) e frango (5,8%), enquanto em Belo Horizonte a redução deveu-se à queda no preço de pão (-22,5%), carne bovina (-9,6%) e leite (-2.5%).

A cesta mais cara foi a do Rio de Janeiro (R$ 830,27), seguida pelas de São Paulo (R$ 799,54) e Fortaleza (R$ 752,40). Por outro lado, as capitais Belo Horizonte (R$ 527,93), Curitiba (R$ 664,09) e Manaus (R$ 675,63) registraram os menores valores.
Os grupos de produtos que apresentaram aumento de preço mais expressivo e em todas as capitais foram as frutas (representadas por banana, maçã e laranja) e café em pó. Frutas são presença firme na mesa do brasileiro no verão e, em especial no Natal, o que acaba por elevar os preços, devido à alta na demanda.

Os legumes continuam apresentando preços em elevação em sete das oito cidades, seguindo a trajetória recente de aumento, pressionados pela tendência de alta no preço da batata e da cebola, influenciada, principalmente, por fatores climáticos que prejudicaram a colheita.

Já o açúcar também manteve a tendência de alta em sete das oito capitais, seguindo o padrão verificado nos últimos meses.

Os problemas climáticos também têm sido o principal motivo de aumento de açúcar e café, devido à quebra de safras e consequente redução da oferta no mercado. Além disso, o aumento dos preços internacionais e a valorização do dólar têm sido um incentivo para exportação, empurrando ainda mais para cima os preços no mercado interno.
Alguns produtos também apresentaram redução de preço. É o caso do arroz, carne bovina e leite UHT, que apresentaram queda no preço médio em diversas capitais, além do feijão e da linguiça.

Os altos níveis dos preços do feijão e do arroz têm impactado na demanda, forçando o preço para baixo. Além disso, o retorno das chuvas, quebrando o longo período de seca, vem contribuindo para o aumento da oferta desses produtos e para a melhoria das pastagens, o que reflete também na maior oferta de leite.

A recente redução do preço de bovinos e da carne bovina verificada no atacado refletiu no varejo, apesar da demanda aquecida para as festas de fim de ano.
Quando se considera a cesta de consumo ampliada, que inclui bebidas e produtos de higiene e limpeza, além de alimentos, houve um aumento no valor médio em cinco das oito capitais analisadas, em relação ao mês anterior. As capitais que apresentaram valores mais altos da cesta ampliada foram Rio de Janeiro (R$ 1.753,83), São Paulo (R$ 1.686,49) e Fortaleza (R$ 1583,95), seguindo o mesmo comportamento da cesta básica.
As maiores altas no valor da cesta ampliada foram registradas em Brasília (13,6%), Fortaleza (5%) e Manaus (3,9%). Rio de Janeiro apresentou estabilidade no valor da cesta ampliada, assim como ocorreu com a cesta básica, enquanto São Paulo e Belo Horizonte apresentaram leve retração.
Na cesta ampliada, destaca-se a elevação de preços de produtos de higiene e de limpeza na maioria das capitais. Além do aumento do dólar, que vem impactando nos insumos utilizados na produção desses artigos, a elevação no preço do petróleo e derivados impacta diretamente nos custos de fabricação de produtos da indústria química, bem como nas embalagens.
Por fim, analisando-se o comportamento dos preços nos últimos seis meses dos itens da cesta ampliada, destaca-se o aumento de preços de café, açúcar, margarina e frango, que têm sido objeto de destaque recente dos índices de preços em geral, em virtude de sua contribuição para a inflação de alimentos. Além desses, legumes e frutas, produtos importantes para a saúde nutricional do brasileiro, também têm apresentado trajetória de elevação de preços, em função de questões climáticas e do aumento dos custos de produção, de modo geral.