Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Economia, Paulo GuedesAFP
Bolsonaro tira autonomia de Guedes e determina que gestão orçamentária terá que ter aval da Casa Civil
Texto prevê que ações feitas pelo Ministério da Economia serão condicionadas à manifestação prévia favorável do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil
Em uma mudança em relação aos anos anteriores, o presidente Jair Bolsonaro (PL) editou um decreto determinando que atos relacionados à gestão do Orçamento público terão que ter aval prévio da Casa Civil. O texto, publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 13, prevê que ações como remanejamento de recursos, alterações de despesas, abertura ou reabertura de créditos extraordinários, abertura de créditos especiais serão feitas pelo Ministério da Economia, mas "condicionada à manifestação prévia favorável do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República".
Nos anos anteriores, a delegação de competência era feita exclusivamente ao Ministério da Economia, que tinha a palavra final sobre o assunto. A inclusão da Casa Civil, chefiada pelo ministro Ciro Nogueira (PP), vem em um momento em que há grande disputa por recursos, com Guedes tentando manter o "cofre fechado" de um lado e a ala política defendendo mais gastos.
Além disso, coincide com uma menor transparência no uso de emendas parlamentares em esquemas como o orçamento secreto, que destinou bilhões de reais de emendas de relator que foram divididas como forma de angariar apoio político no Congresso Nacional, e o "cheque em branco" - transferências especiais feitas com emendas parlamentares que vão para Estados e municípios sem destinação predefinida e sem fiscalização.
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