Valor da cesta básica aumenta em 16 das 17 capitais, diz DieeseRafael Campos / Governo do estado / divulgação

Rio - Em janeiro, o Rio de Janeiro apresentou um aumento de 3,99% no valor da cesta básica e registrou o terceiro item mais caro do país, atrás apenas de São Paulo e Florianópolis, de acordo com o levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com a alta dos preços e a inflação dos alimentos, consumidores enfrentam cada vez mais dificuldade na hora de encher o carrinho de compras. Nesse cenário, especialistas explicam como tentar driblar os preços altos e dicas de práticas de como economizar na hora de comprar os alimentos básicos. 
Segundo a pesquisa do Dieese, a cesta básica de alimentos no Rio pode ser encontrada a R$ 692,83. Além do aumento na capital fluminense, mais 15 localidades registraram alta nos preços. Em São Paulo, por exemplo, é a capital onde a cesta apresentou o maior custo (R$ 713,86), seguida por Florianópolis (R$ 695,59). 
Com o salário mínimo fixado em R$ 1.212 neste ano, os consumidores encontram problemas para fechar as contas, caso adquirissem todos os itens da cesta básica. Isso porque, quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu boa parte do seu salário. Em média, em janeiro deste ano, ele vai perder mais da metade (55,20%) do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos.
O economista Adhemar Mineiro afirma que, em um momento de alta inflação, o consumidor precisa dedicar seu tempo para fazer comparações dos preços em mercados varejistas e atacadistas para garantir os melhores descontos.

“É sempre interessante que o consumidor compare os preços de pelo menos quatro ou cinco mercados. Vale que o consumidor faça um mapeamento de onde encontrar os melhores preços dentre as lojas disponíveis”, alerta o economista.

O especialista ainda ressalta que, com os aumentos generalizados e a inflação dos combustíveis, o momento pede muita calma e tempo na hora de ir às compras. “Alguns mercados oferecem setores de promoção onde alguns alimentos já estão perto da data de validade. É sempre importante lembrar que os mercados oferecem descontos em alguns produtos para compensar em outros. É o momento de fazer muita pesquisa antes de realizar a compra”, diz Mineiro.
O consultor de varejo Marco Quintarelli alerta que a primeira estratégia para economizar é se programar levando em conta as questões financeiras, geográficas e logísticas. “Muitas pessoas compram em mercados atacadistas sem necessariamente se encaixarem com o método do mercado. Às vezes, moram longe dos atacadistas e gastam com combustível ou passagem, o que é mais um agravante. Então, primeiro, o consumidor deve se planejar”, explica Quintarelli.

Quintarelli afirma que os mercados de bairro também oferecem ofertas dentro das vizinhanças. "Além disso, muitos mercados possuem uma marca própria, que tem um preço mais acessível e de boa procedência. Também é uma ótima maneira de economizar”, ressalta ele.

Segundo o especialista, os mercados do estado possuem uma grande variedade de possibilidades para substituições. “Com o alto preço da carne, muitos consumidores trocaram por miúdos, o consumo de ovo também cresceu. A troca de alguns alimentos pode trazer um bom resultado na hora de fazer as compras”, conclui Quintarelli.
Mas, quem tiver como dividir as compras com familiares ou vizinhos com produtos em grande quantidade, Marlon Glaciano, especialista em finanças e planejador financeiro, avalia que as redes atacadistas são uma boa opção. O especialista ainda reuniu dicas de como se organizar e economizar na hora de realizar as compras.
Ele indica fazer uma lista dos itens mais importantes, aproveitar o dia da promoção de cada segmento (carne, legumes, e outros) para comprar mais barato e também ficar de olho nos aplicativos, pois existem cupons de desconto. "Não leve crianças pequenas ao mercado pois é bem provável que perca o foco da lista", avalia Glaciano.
*Estagiária sob supervisão de Marina Cardoso