Prefeito Eduardo Paes durante seminário Carnaval de Dados, no Palácio da CidadeBeth Santos/Prefeitura do Rio
Carnaval carioca movimenta R$ 4 bilhões na economia, indica estudo da prefeitura
Levantamento também mostrou que a receita com ISS de serviços relacionados ao turismo é maior nos dias de folia do que em qualquer outra época do ano, chegando a R$ 25 milhões em fevereiro
Rio - Um levantamento inédito da Prefeitura do Rio mostrou que o carnaval carioca movimentou R$ 4 bilhões na economia da capital fluminense em 2020, o dobro do valor registrado dez anos antes. Os números foram apresentados, nesta sexta-feira, 18, durante o seminário Carnaval de Dados, no Palácio da Cidade.
O estudo também comprovou que a receita com ISS de serviços relacionados ao turismo é maior nos dias de folia do que em qualquer outra época do ano, chegando a R$ 25 milhões em fevereiro. A média mensal é de R$ 21 milhões. Durante o seminário, foi discutido ainda o papel do carnaval como ferramenta de desenvolvimento econômico e seus caminhos para o futuro.
"Esses números mostram como o carnaval também é desenvolvimento econômico, com um impacto gigantesco na economia da cidade. De acordo com estimativas da Confederação Nacional de Comércio, o Rio foi responsável por um terço das movimentações financeiras das atividades turísticas relacionadas ao carnaval no país, em 2020", disse o secretário de Desenvolvimento Econômico, Chicão Bulhões, lembrando que a prefeitura já lançou o programa Auxílio Ambulante Carnaval de Rua, um apoio de R$ 500 para os ambulantes que trabalham no carnaval de rua.
Mapeamento de trabalhadores
O evento contou, ainda, com o lançamento de um mapeamento dos trabalhadores que dependem da festa. A iniciativa, liderada pela Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento, e coordenada pela Fundação João Goulart, busca conhecer o perfil de quem precisa da data para trabalhar. A expectativa é de imediato disponibilizar um questionário para 43 mil trabalhadores de escolas de samba e blocos de rua, como soldadores, aderecistas, ritmistas e ambulantes. Levantamento inicial da fundação já identificou 75 diferentes ocupações relacionadas à festa.
"Criamos, do ponto de vista econômico, uma série de iniciativas para tentar proteger cadeias produtivas e enfrentar esse momento tão difícil. E as iniciativas que tomamos, com conhecimento e informação, permitem que a gente proteja determinados segmentos. O carnaval tem seus aspectos culturais, sentimentais, de tradição e sua história no Rio, mas tem um aspecto pouco explorado, que é a sua economia e seus impactos. O objetivo de hoje é tentar reunir um conjunto de dados, entender essa economia e a Prefeitura, assim, poder ajudar ainda mais", explicou o secretário de Fazenda e Planejamento, Pedro Paulo.
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