Diego Olivera, de 39 anos, é motorista de aplicativo e tenta parar o carro em locais estratégicos quando está sem corridas para economizar Marcos Porto / Agência O Dia

Rio - Motoristas do Rio já sentem no bolso e buscam maneiras de fugir da alta nos preços dos combustíveis que chegou aos postos de gasolina nesta sexta-feira (11). Com aumento no valor do Petróleo, a Petrobras anunciou nesta quinta-feira (10) o reajuste após dois meses de congelamento.

No posto Shell, localizado ao lado da Rodoviária Novo Rio, no Santo Cristo, Região Central da cidade, o preço da gasolina comum chega a R$ 7,59, enquanto o diesel bate os R$6,77. Diego Oliveira, de 39 anos, motorista de aplicativo, conta que o preço alto prejudica bastante sua jornada de trabalho e, por conta disso, precisa criar alternativas para economizar no combustível.

"Esse aumento afetou bastante no meu bolso, até porque eu trabalho utilizando meu veículo, então eu acabo sentindo bastante. Eu uso GNV, que teve aumento também, porém a gente tem que ter o combustível líquido no carro também. Quando estou trabalhando, paro em certo ponto, desligo o carro e espero o aplicativo tocar para tentar economizar um pouquinho”, assume.

O novo reajuste aumentou em 18,77% o preço da gasolina e 24,9% o preço do diesel nas refinarias. Com isso, o valor para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro de gasolina, e de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro de diesel.

Silvio Alves, de 60 anos, é consciente de que o preço afetou em seu bolso e acredita que os mais prejudicados com o aumento são os caminhoneiros, pois não possuem outras alternativas.

"Achei o reajuste muito alto mesmo, vai impactar bastante no meu bolso, mas acho que os caminhoneiros vão ser os mais prejudicados, porque os caras além de fazer o frete, que é barato, tem que fazer a manutenção do caminhão. Acho que vai prejudicar mais pessoas que trabalham com transporte de carga”, explica.

Uma das alternativas para economizar na hora de abastecer é a pesquisa de preço antes de escolher o posto, pois algumas redes possuem o valor mais alto que outras. Com isso, o consumidor pode sentir bastante diferença no preço final do produto. Vinicius Landim, de 36 anos, diz que sempre procura pelos melhores preços quando precisa repor a gasolina e que evita certas regiões do Rio que tendem a ter um preço mais elevado.

"Eu pesquiso antes de abastecer, os postos da Zona Sul são os mais caros. Os combustíveis sofreram um aumento considerável, de quase um real. Quando se trata de combustível, esse aumento impacta qualquer economia, e como sempre, o mais prejudicado são os da classe média para baixo”, diz.

Com a recente alta, em pouco mais de um ano, o valor da gasolina já subiu para mais que o dobro do que custava em 2021. Só nesses três primeiros meses, já é o segundo aumento no valor dos combustíveis. Marcelo Pimentel, de 39 anos, conta que mesmo pesquisando preço antes de abastecer, sente que o prejuízo final no abastecimento é bem grande.

"Negativamente, terei um prejuízo de quatro litros por abastecimento, o jeito de economizar é manter a manutenção em dia e evitar usar o ar-condicionado, que é quase impossível com esse calor", comenta.

Segundo a Petrobras, apesar da disparada dos preços do petróleo e seus derivados em todo o mundo nas últimas semanas, em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, a fornecedora decidiu não repassar a volatilidade do mercado de imediato, realizando um monitoramento diário dos preços de petróleo.