Legumes, verduras e hortaliças registram as maiores altas entre alimentosFreepik
O cenário foi causado pelas fortes chuvas que atingiram o Espírito Santo, Minas Gerais e o sul da Bahia desde o fim de 2021. “Quando chove muito, os produtos estragam, apodrecem e são ruins de colher”, explica o consultor de varejo Marco Quintarelli.
“Isso pode ter impacto até nos preços do prato feito (PF) nos restaurantes, já que a batata frita vai ficar mais cara”, lembra o professor de economia do IBMEC, Caio Ferrari Ferreira.
Por outro lado, os valores elevados incentivam a produção dos itens, o que pode puxar os preços para baixo. “Muito provavelmente esses valores tendem a se estabilizar à medida que os produtores aumentarem a sua produção, porque a lucratividade ficou maior. Então, teoricamente eles vão ter um lucro maior com preços mais altos”, explica Ferreira.
O impacto do clima sobre legumes, verduras e hortaliças deve ser percebido pelo consumidor até a metade de abril, estima Quintarelli que emenda: “Vamos torcer para as chuvas diminuírem”.
No entanto, a guerra entre Rússia e Ucrânia também deve contribuir para que os preços dos produtos se mantenham altos. Isso porque a Rússia, um dos principais exportadores de fertilizantes do mundo, está passando por fortes sanções econômicas, o que deve prejudicar o comércio do insumo. Com isso, a produção de legumes em larga escala fica quase inviável.
“Na ausência de fertilizantes, a qualidade da safra por espaço físico, a produtividade, tende a ser menor e isso pode pressionar o aumento de preços. Mesmo em um cenário em que o insumo seja utilizado, a gente pode ter um impacto no custo de produção, pois há uma expectativa de que o valor dos fertilizantes aumente”, afirma o professor que alerta sobre a possibilidade do cenário econômico russo refletir na “escassez de produção de alguns itens”.
Nem as reduções de 2,29% sobre o preço do frango inteiro e de 1,35% na ave em pedaços trazem uma boa notícia ao consumidor. Isso porque os valores observados pelo IPCA em fevereiro não devem se manter nos próximos meses. É o que explica o professor do IBMEC: “Agora, a gente já está em um cenário de guerra, provavelmente de escassez em algumas regiões, e a gente espera que aumente a quantidade de frango exportada”. A ave foi o único alimento que apresentou queda de preços.
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