Ministro da Economia Paulo GuedesDivulgação

O ministro da Economia, Paulo Guedes, tentou esclarecer o tom do discurso feito nesta terça-feira, 15, no Palácio do Planalto logo após a cerimônia de Lançamento do Novo Marco de Securitização e Fortalecimento de Garantias Agro. "Não estamos querendo guerra", declarou a jornalistas, após afirmar no discurso que o Brasil está preparado "para qualquer guerra".

Em seguida, no entanto, salientou que o país estaria preparado para reagir, se preciso, ao que chamou de "guerra dos grãos, do petróleo, dos fertilizantes".

Guedes lembrou que o Brasil votou na Organização das Nações Unidas (ONU) pela condenação da invasão russa na Ucrânia. "Estamos superentristecidos com esse negócio da invasão", disse o chefe da Economia.

O ministro também comentou sobre um deslize cometido na semana passada, quando afirmou que todos os brasileiros têm um ou dois iPhones. "Da última vez, dei uma escorregada, quis falar que brasileiros têm dois celulares e saiu iPhone", esclareceu.
Preparado 'para qualquer guerra'
Sem citar a possibilidade de conceder subsídios para bancar parte do custo dos combustíveis, Guedes, disse que o governo está preparado "para qualquer guerra". Ele lembrou que o protocolo para acionar a calamidade e não precisar cumprir as regras fiscais - como ocorreu na pandemia - está pronto desde a aprovação da PEC Emergencial no ano passado.

"Estamos preparados e vamos agir como agimos na pandemia. Temos protocolo de guerra preparado. Temos o botão de emergência, temos exceção ao teto de gastos se for preciso. Estamos preparados para qualquer guerra", enfatizou o ministro, em cerimônia no Palácio do Planalto.

Após a aprovação do PLP 11 na semana passada, Guedes voltou a dizer que a nova legislação sobre a tributação de combustíveis levará a uma redução de R$ 0,60 nos preços nas bombas, com impacto de R$ 0,27 os Estados e de R$ 0,33 para a União.

"O barril de petróleo foi a US$ 130 e conseguimos atenuar em dois terços o primeiro impacto. O impacto em combustíveis seria de R$ 0,90, mas absorvemos R$ 0,60. Ou seja, apenas um terço do impacto da alta do petróleo chegou aos consumidores", alegou. "Os impostos estavam em cascata nos combustíveis, era um absurdo O governo não pode ter resultado em cima da desgraça do povo. Não tem sentido comemorar aumento da arrecadação com alta do petróleo. Estamos abrindo mão de receitas, estamos reduzindo IPI, PIS/Cofins e ICMS", completou.

O ministro voltou a afirmar que a economia brasileira já se recuperou e está mais forte do inclusive a maioria dos países desenvolvidos. "Somos uma geração que paga suas guerras, não estamos hipotecando o futuro dos nossos netos e bisnetos. O déficit já está zerado. Estamos fortes para outra briga, se vier guerra mundial estamos prontos. Somos firmes, somos duros na queda, temos planos", acrescentou. "Os ministros estão todos trabalhando juntos pelos mesmos objetivos. Teremos R$ 1,1 trilhão de planos de investimentos contratados até o fim deste ano. O Brasil está condenado a crescer", concluiu.