Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) do Rio de Janeiro ainda não aderiram à greve iniciada nesta quarta-feira, 23, em 17 estados. No início desta semana, a Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) se reuniu virtualmente para tratar sobre uma greve nas agências da Previdência Social.

O levantamento feito até esta quarta pelo Comando de Mobilização aponta greve nos seguintes estados: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Tocantins, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Paraná, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo

Já em mobilização estão os estados do Rio de Janeiro, Amapá, Amazonas, Roraima, Rondônia, Alagoas, Paraíba, Sergipe e Distrito Federal.
Os servidores reivindicam reajuste salarial de 19,9% para repor a inflação acumulada nos últimos três anos. Também pedem o arquivamento da reforma administrativa e a revogação do teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas públicas acima da inflação, com uma abertura imediata de negociação.

Na reunião, uma série de deliberações foi aprovada pelos trabalhadores presentes, como os servidores que estão em trabalho remoto, seja em qual modalidade for, interrompam o acesso aos sistemas operacionais do órgão que pertence, a fim de dar efetividade à greve.

Aos servidores que estão em trabalho presencial nas unidades, a orientação é para que busquem mobilizar os demais servidores e fazer ações com objetivo de fechar os locais de trabalho.
A federação orienta a realização de atos nos estados e em Brasília, no Distrito Federal, no dias de audiência com o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, na sexta-feira, dia 25.

"Para evitar problemas de comunicação, orientamos que os comandos de Greve procurem orientação sempre nos sites da Fenasps e dos Sindicatos, pois em tempo de fakenews é preciso tomar todos os cuidados necessários para que a categoria não seja enganada. Há muitos grupos que promovem desinformação", afirma a federação.
 
A Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP) disse que, como entidade representativa de interesses de servidores públicos federais e como defensora das garantias constitucionais e democráticas, reconhece a manifestação desses servidores como legal e legítima e deseja que os pedidos dos servidores do Seguro Social sejam correspondidos pelo governo federal.
Contudo, cabe destacar que, desde 2019, a perícia médica não compõe mais o quadro de pessoal do INSS e não possui mais qualquer relação funcional com a autarquia previdenciária e com os seus servidores. "Dessa forma, é juridicamente inviável que qualquer perito médico faça parte do movimento dos integrantes da carreira do Seguro Social", destacou a ANMP.

No entanto, as perícias podem ficar prejudicadas pela falta de funcionários em áreas essenciais para o funcionamento das agências.