Greve peritos do INSS. Pessoas enfrentam dificuldades no atendimento no posto da Praça da Bandeira. Na foto, Hélio da SilvaReginaldo Pimenta/Agência O DIA

O Ministério do Trabalho e Previdência informou que os segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que não foram atendidos em razão da greve dos médicos peritos federais deverão reagendar o atendimento pelo aplicativo Meu INSS.
Mesmo com a nova data de assistência, o órgão ira considerará a data originalmente marcada como a data de entrada do requerimento, para evitar prejuízo financeiro aos segurados.

Para reagendar o atendimento, o segurado deverá acessar o MEU INSS e realizar os seguintes passos:

1- Acessar aplicativo ou meu.inss.gov.br

2- Informar CPF e senha

3- Clicar em "Serviços"

4- Na aba "Benefícios", clicar em auxílio-doença

5- Clicar em "Perícia" e depois marcar "Remarcar Perícia"

6- Informar o número de documento

7- Reagendar atendimento

Para mais informações, os segurados poderão ligar para a Central 135, de segunda a sábado, das 7h às 22h, no horário de Brasília.
Nesta quarta-feira, os médicos peritos cruzaram os braços e decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. As paralisações têm sido feitas desde o início deste ano em razão de uma série de reivindicações feitas pela categoria. A principal delas é a recomposição salarial de 19,99%, assim como outros servidores públicos pedem o reajuste na remuneração.
Além disso, a categoria pede pela abertura imediata de concurso público para a recomposição dos quadros da carreira, cuja defasagem chega a 3 mil servidores, fim da “teleperícia” e de análises documentais como o “Docmed”, direito de feriados, pontos facultativos e recessos sem estar atrelado ao agendamento do INSS.
Também há o pedido de readequação das agências da Previdência Social que foram reabertas de modo precipitado e sem as condições sanitárias adequadas, distribuição igualitária de agendamentos entre os peritos de ambos os turnos (matutino e vespertino), reinstituição do controle centralizado dos agendamentos de todo o país, edição do decreto regulamentador da carreira, entre demais pontos.
Atualmente, há mais de 3,2 mil peritos ativos no Brasil, sendo que cerca de 2 mil deles têm agenda aberta diariamente. O vice-presidente da Associação Nacional dos Peritos Médicos Federais (ANMP), Francisco Cardoso, comentou sobre a aderência dos peritos nesta quarta. "Tivemos 70% de adesão no primeiro dia e vai subir nesta quinta-feira", disse.
Tentativas de negociação
Ao longo deste ano, a ANMP tem tido reuniões com o Ministério do Trabalho e Previdência para tratar sobre a pauta de reivindicações dos integrantes da carreira de perito médico federal. Segundo a associação, o encontro ocorreu após o governo ter cancelado a reunião com a diretoria da ANMP e, diante da manutenção e da iminência da greve, ter reconvocado a conversa oficial com os representantes.
"Apesar de essa ter sido a quarta reunião com os representantes da categoria, o governo manteve a mesma postura inerte, omissa e desrespeitosa que vem adotando desde o primeiro encontro, sem a demonstração de nenhuma providência efetivamente implementada para cumprir o acordo que havia firmado com a carreira", afirmou a associação.
A ANMP afirmou que o governo acreditou que iria desmobilizar a categoria, e que, segundo a associação, iriam adiar mais uma vez a adoção das medidas em relação às quais se comprometeram desde o início e a se eximir indevidamente das responsabilidades que assumiram perante os peritos médicos.
"Ao contrário do compromisso original, firmado após a primeira mobilização da carreira, o governo informou que já não atenderia mais todas as reivindicações da categoria e que pontos essenciais como o reajuste salarial e a promoção de concurso público seriam abandonados. A carreira possui exata noção da sua relevância e essencialidade e não aceitará mais esse tipo de tratamento vindo do governo. A categoria foi levada à greve geral pela postura inerte e desrespeitosa do governo e somente reavaliará a paralisação após a adoção de providências efetivas por parte da administração", afirmou a ANMP.
Segurados sem atendimento
No dia seguinte do início da greve, os segurados do INSS que ainda não sabiam do início da paralisação foram até o local, mas não conseguiram atendimento. Foi o caso de Nilton Araújo do Nascimento, morador de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, que não foi atendido na tarde desta quinta-feira. "Não sei, vou ter que vou fazer. Vim hoje, trouxe meus documentos, mas não consegui", disse ele.
Hélio da Silva, de 39 anos, também saiu da agência da Praça da Bandeira, na Zona Norte do Rio, sem atendimento. "Espero essa perícia para conseguir receber o benefício, mas hoje não consegui atendimento. Isso já tem quase dois meses. Quando a gente mais precisa, a gente não tem ajuda do INSS", lamentou ele.
Dirceu Guardia que levou o sogro Iran Guarino deu de cara com a porta. "A dificuldade é grande vir até aqui para trazê-lo, pela problema de locomoção dele", ressaltou.