RemédiosAgência Brasil

Os consumidores precisam ficar atentos ao fazer compras em farmácias e drogarias. Isso porque os remédios tiveram reajuste e ficaram mais caros em até 10,89%, de acordo com cálculos feitos pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma). Dessa forma, a saída dos consumidores é pesquisar para encontrar melhores preços nas prateleiras.
De acordo com o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini, o reajuste definido pelo governo poderá ser aplicado em cerca de 13 mil medicamentos disponíveis no mercado varejista brasileiro. “É importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as melhores ofertas dos medicamentos prescritos pelos profissionais de saúde”, recomenda Mussolini.
No entanto, o reajuste pode não ser automático e nem imediato. Ele avalia que a mudança de preços em algumas farmácias pode não acontecer rapidamente. Os medicamentos com o mesmo princípio ativo e para a mesma classe terapêutica (doença) são oferecidos no país por vários fabricantes e em milhares de pontos de venda. “Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer”.
Os medicamentos têm preço controlado e congelado por 12 meses. Nenhuma empresa pode aumentar o preço máximo ao consumidor de seus produtos sem autorização do governo.

Uma única vez a cada ano, os aumentos de custo de produção acumulados nos 12 meses anteriores podem ser incorporados ao preço máximo ao consumidor (PMC) dos medicamentos, a critério das empresas fabricantes, aplicando-se uma fórmula de cálculo criada pelo governo. (ver abaixo a descrição da fórmula)

O sindicato destacou que, durante os dois anos de pandemia, a oferta dos medicamentos se manteve regular e seus preços aumentaram menos do que os dos alimentos e dos transportes.

"No acumulado de 2021 e 2020, os medicamentos subiram em média 3,75%, enquanto a inflação geral no Brasil saltou para 15,03%, gerando uma diferença para menos de 11 pontos percentuais. No mesmo biênio, os alimentos subiram 23,15% e os transportes, 22,28%, de acordo com o IBGE, ou seja, quase seis vezes mais do que os medicamentos", disse a Sindusfarma.

No ano passado, os medicamentos subiram 6,17% ante a inflação geral de 10,06%, de acordo com o IPCA, medido pelo IBGE. Já em 2020, a inflação dos medicamentos foi negativa (-2,28%), ante a carestia geral de 4,52%.

"Nem a enorme pressão de custos das matérias-primas, do câmbio e da logística global do período, entre outros insumos, gerou instabilidades nos preços desse bem essencial para o enfrentamento do SARS-CoV-2 e para a população brasileira", afirmou o sindicato.

A cotação do dólar chegou a aumentar quase 40% nos últimos dois anos, os gastos com frete e seguros aumentaram em média 10%, em dólares, e materiais de embalagem subiram cerca de 40%. No acumulado de 2012 a 2021, a inflação geral somou 78,91% ante uma variação de preços dos medicamentos de 55,79% (IPCA). “Os medicamentos têm um dos mais previsíveis e estáveis comportamentos de preço da economia brasileira”, afirmou o presidente executivo.
O sindicato ainda destacou que a carga tributária embutida no preço dos medicamentos equivale a até 32% do valor final pago pelo consumidor. Em um exemplo, um analgésico eficaz para febre, coriza, dor de garganta ou dor no corpo custa, em média, R$ 3,61, e que os remédios fornecidos gratuitamente no Programa Aqui Tem Farmácia Popular, como hipertensivos e medicamentos para diabetes e outros produtos para doenças de larga incidência, são vendidos pelas empresas fabricantes por valores de reembolso abaixo do praticado no mercado em outros itens, que não são reajustados há anos.