95% dos brasileiros sentiram alta generalizada de preços nos últimos seis mesesReprodução

O aumento da inflação foi sentido por 95% da população nos últimos seis meses. Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), este número é 22 pontos percentuais acima do registrado em novembro de 2021, quando 73% afirmaram ter percebido aumento de preços. 
A pesquisa revela que 76% dos brasileiros afirmaram que sua situação financeira foi prejudicada pela inflação. As mais afetadas são as pessoas sem escolaridade, com renda de até um salário mínimo e os moradores da Região Nordeste.
Além disso, 66% dos ouvidos acreditam que a inflação vai aumentar nos próximos seis meses. Na pesquisa anterior, de novembro de 2021, esse percentual era de 54%.  
Para o especialista em varejo, Marco Quintarelli, boa parte do aumento em alguns alimentos se dá por conta do clima. "O que o varejo está fazendo agora é ir em busca de grandes fornecedores para poder substituir certos itens que estão em aumento de preço. Estamos com problemas, principalmente com hortifruti-granjeiros devido às chuvas durante esse início de ano. Tivemos perda, por exemplo, de batatas, cenouras, hortaliças e isso faz com a que a inflação aumente muito", afirma.
Segundo a CNI, seis em cada 10 brasileiros reduziram gastos nos últimos seis meses. Como alternativa, a população tem cortado gastos naquilo que não considera essencial. Por exemplo, 34% dizem ter deixado de comprar material de construção, 29% cancelaram TV por assinatura, 12% cortaram a conta de celular, 24% deixaram de fazer refeições fora de casa, 23% deixaram de comprar eletrodomésticos, 15% deixaram de consumir combustível e 16% reduziram esse último gasto.
Para a educadora financeira, Aline Soaper, o que as pessoas precisam fazer é "buscar novas fontes de renda".
"Trocar produtos mais caros por produtos mais baratos, isso tudo vai ajudar, mas infelizmente não vai resolver o problema, por que chega uma hora que você vai conseguir, por que essa parcela da população já está no limite da sobrevivência. O que as pessoas precisam fazer para driblar essa alta de preços e conseguir manter a vida com qualidade é buscar novas fontes de renda, de um salário mínimo e com pouca escolaridade. Podem aprender novas profissões para gerar fontes de renda extra", disse Aline.