Prato feito Reprodução internet
Com inflação acumulada, o tradicional prato feito tem alta de 26% em 12 meses no Rio
Nos últimos 12 meses, em todo o país, o prato típico teve reajuste de 23%, o que representou um acréscimo maior do que o dobro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
Nos últimos meses, os brasileiros têm sofrido com constantes aumentos, e para fechar a conta tem ficado cada vez mais difícil. Uma dessas altas influenciou o tradicional prato feito, queridinho das pessoas que optam por comer na rua, em razão do aumento dos alimentos. Nos últimos 12 meses, em todo o país, o prato típico teve reajuste de 23%, o que representou um acréscimo maior do que o dobro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que chegou a 11,3%. Ao analisar especificamente o Rio de Janeiro, o cenário é ainda pior, já que o aumento chegou a 26%.
De acordo com a economista Marcela Kawati, da Prada Assessoria, o cálculo para o percentual analisado em 12 meses levou em conta o preço do prato com arroz, feijão, bife, batata frita, salada de alface e tomate. Além disso, a pesquisa também acrescentou os valores dos temperos utilizados no preparo do prato, como sal, cebola, azeite, alho e óleo para fritar a batata, além do gás de cozinha necessário para preparar o prato.
"Esse aumento foi puxado pelo preços de bens essenciais, por exemplo, os alimentos que estão andando muito acima dos outros preços da economia. Levei em conta todos esses itens para chegar nesse percentual final", disse Marcela.
No caso específico do Rio, a capital ficou em sexto lugar entre as 16 localidades pesquisadas no levantamento, com alta de 26%. A capital que mais cresceu foi Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, que apresentou alta de 34%. Atrás da capital gaúcha está Vitória, no Espírito Santo (33%), e Aracaju, no Sergipe (32%), que ocuparam o ranking das capitais com os pratos típicos que mais sofreram aumento no último ano.
Já o local mais contido foi Rio Branco, no Acre, com 13%. "No entanto, mesmo assim é um percentual alto para essa capital. Um prato tradicional crescer nessa magnitude é muita coisa", explicou a economista.
Ao comparar preços dos alimentos com os outros anos, a economista avalia como os valores estão muito puxados. "O que a gente tem visto desde meados de 2020 é a volta da inflação e, em 2021, ganhou força. Os preços de alimentos têm uma contribuição importante nessa alta da inflação, pois tem a ver com o valor de commodities", indicou ela.
Por isso, quando as commodities sobem, os preços dos alimentos sofrem aumento no Brasil também. Isso começou com o início da pandemia da covid-19 e perdurou ao longo desses anos, se intensificando agora com a guerra da Ucrânia.
"Há uma questão que entra de forma indireta na alimentação. No Brasil, o preço do frete é levado em conta, pois a gente ainda tem muito no país o transporte rodoviário. O aumento da gasolina nos últimos tempos acaba sendo incorporado no preço final dos alimentos", finalizou a economista Marcela.
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