Jair BolsonaroAFP

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro utilizou seu perfil oficial no Facebook, nesta sexta-feira, 17, para criticar, mais uma vez, a Petrobras por conta da alta no preço dos combustíveis. "A Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos" disse ele, em parte do comunicado. A publicação acontece em meio à crise do diesel, que já teve seu reajuste anunciado. O novo preço entrará em vigor neste sábado,18.
"O Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobrás em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais. A Petrobrás pode mergulhar o Brasil num caos. Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo", publicou o presidente.
De acordo com o anúncio da Petrobras, o preço da gasolina passa a custar R$ 4,06 o litro nas refinarias, um aumento de 5,2%. O diesel, há 39 dias sem aumento, passará a custar R$ 5,61 o litro, alta de 14,2%. Nesta quinta, o presidente da estatal, Márcio Weber, convocou uma reunião às pressas para debater os novos preços.
Mesmo congelados, a defasagem média da gasolina é de 19% e a do diesel, 15%. Três presidentes da estatal já foram demitidos por conta da alta dos combustíveis. Com regras de governança rígidas após a Operação Lava Jato, o governo não pode interferir nos preços da empresa como gostaria, para segurar a inflação.
No dia 14, a Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) avaliou que a PEC que prevê teto de 17% para Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos combustíveis, aprovada no Senado Federal, não resolve o "problema" do preço elevado do óleo diesel. A categoria já discute uma nova paralisação.
"Qualquer porcentual, de qualquer tributo, que se anuncie retirar do preço de combustível será ineficaz para sua efetiva redução. O que se tem é uma diminuição temporária que, talvez, seja suficiente para reduzir o valor por dois ou três meses, no máximo, sendo que isso ainda dependerá da frequência de aumentos promovidos pela Petrobras, que está atrelado ao mercado internacional", disse o presidente da Abrava, Wallace Landim, conhecido como Chorão, em nota divulgada à imprensa.