Pesquisa Nós e as Desigualdades 2022, produzida pelo Instituto Datafolha, revela que o país precisa diminuir as desigualdades sociais Reprodução

Segundo dados da nova pesquisa Nós e as Desigualdades 2022, divulgada nesta quinta-feira, 15, a sociedade brasileira tem uma percepção consolidada das desigualdades no país e defende uma ação prioritária do Estado para a redução da distância entre os mais ricos e os mais pobres. Segundo o levantamento, 85% dos entrevistados concordam com o aumento de impostos das pessoas muito ricas para financiar políticas sociais.
Existe então, uma percepção dos brasileiros de que é obrigação dos governos garantirem programas de transferência renda e assistência social a quem mais precisa, e que o aumento de impostos para pessoas muito ricas deve contribuir para isso. 

O estudo revela que a população defende a universalização de políticas públicas de saúde e educação, e apoiam medidas como a Lei de Cotas Raciais nas universidades públicas para equilibrar as oportunidades ao ensino superior e têm emprego e renda como prioridades para um futuro mais próspero.

A pesquisa Nós e as Desigualdades 2022 foi produzida pelo Instituto Datafolha por meio de abordagem pessoal a 2.564 pessoas em nível nacional, em 130 cidades de todas as regiões do país, entre os dias 8 e 15 de março deste ano.

"Esperamos que os resultados desta pesquisa contribuam para o debate público, especialmente neste momento em que brasileiras e brasileiros se preparam para as eleições mais importantes das últimas décadas", afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.
Para o coordenador da área de Justiça Social e Econômica da Oxfam Brasil e coordenador da pesquisa, Jefferson Nascimento, "tais percepções confirmam a expressão de uma sociedade que vive em um difícil momento social e econômico, no qual mais de 33 milhões de pessoas passam fome."
"Para transformar esse cenário, a mensagem da sociedade brasileira é ressonante: o Estado tem que se comprometer efetivamente com a redução das desigualdades, pobreza e fome, por meio de políticas públicas financiadas, por exemplo, por meio de uma maior tributação dos mais ricos", afirma Jefferson.
O levantamento revela ainda o reconhecimento da população brasileira sobre o peso do machismo e racismo que recai sobre mulheres e pessoas negras. Há a compreensão de que mulheres ganham menos por serem mulheres, que a cor da pele influencia negativamente a renda, reduz as chances de contratação por empresas e impacta negativamente o comportamento do sistema de Justiça.

Alguns dados da pesquisa:

· 96% dos brasileiros acreditam que é obrigação dos governos garantir recursos para programas de transferência de renda e de assistência social, principalmente para quem mais precisa.

· 95% defendem que o Auxílio Brasil deve atender a todas as pessoas que estejam em situação de pobreza.

· 85% concordam com o aumento dos impostos de pessoas muito ricas para financiar políticas sociais.

· 94% concordam que o imposto pago deve beneficiar os mais pobres.

· 85% creem que o progresso do Brasil está condicionado à redução de desigualdade entre pobres e ricos.