Castro deve se reunir com o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin para discutir alterações nesta quinta-feira, 3Divulgação/Waldemir Barreto/Agência Senado

O senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator-geral do Orçamento para 2023, afirmou que o país "está no osso" e tenta encontrar alternativas para caber as promessas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no texto. Em entrevista ao Estadão divulgada nesta quarta-feira, 2, Castro disse que há pouca margem de gastos para o próximo governo, o qual terá de informar de onde vai tirar verba para bancar as promessas feitas ao longo da campanha.
Segundo o relator, a previsão de despesas extras com as promessas de Lula deverá ser de R$ 100 bilhões. Entre as principais medidas estão a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 e o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 6 mil.
"O país pode ter menos de R$ 24 bilhões de investimentos? É um escândalo. Estamos no osso. O novo governo vai ter de cumprir o compromisso público, terá de dizer como fazer", enfatizou o parlamentar.
"Não tem condições políticas de esse assunto não ser resolvido. Imagina como entraria o Lula, presidente da República, descumprindo a sua principal promessa de campanha. Não tem como. Em janeiro, as pessoas vão receber quanto? Com segurança, sou capaz de dizer que vão continuar com R$ 600", concluiu.
Castro deve se reunir nesta quinta-feira, 3, com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, e com o senador pelo Piauí Wellington Dias (PT-PI) para discutir as alterações do texto. Uma das ideias da cúpula petista é manter a PEC dos Benefícios ou uma nova proposta liberar gastos até a reorganização das contas públicas.