Altas taxas de juros lideram ranking de problemas da indústria da construção, diz CNIReprodução: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Altas taxas de juros lideram ranking de problemas da indústria da construção, diz CNI
Levantamento mostra que o problema foi apontado por 30,6% do total das empresas como um dos principais entraves do setor
As altas taxas de juros continuam sendo apontadas como principal motivo de preocupação pelos empresários do setor da indústria da construção. A pesquisa Sondagem Indústria da Construção de dezembro de 2022, divulgada nesta segunda-feira, 23, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta que, no último trimestre do ano passado, a questão segue liderando o ranking dos principais problemas enfrentados pelo setor.
O levantamento mostra que o problema das elevadas taxas de juros foi apontado por 30,6% do total das empresas como um dos principais entraves do setor. A questão já tinha chegado à primeira posição do ranking no terceiro trimestre do ano passado e, nos últimos três meses de 2022, recebeu 0,6 ponto porcentual a mais de sinalizações.
Em segundo lugar na lista das principais preocupações da indústria da construção, com 28,5%, está a elevada carga tributária, seguida da falta ou alto custo do trabalhador qualificado, marcado por 23,5% das empresas. Com praticamente o mesmo porcentual, atrás do terceiro lugar, está a falta ou alto custo de matéria-prima, que recebeu 23,4%.
"É importante destacar que a falta ou o alto custo de insumos, problema muito importante para o setor em um passado recente, continua perdendo importância neste ranking e agora já chega na quarta posição. Ele liderou o ranking de principais problemas por oito trimestres, do terceiro trimestre de 2020 ao segundo trimestre de 2022, devido aos efeitos da pandemia, e agora está em declínio", diz o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Na lista dos principais problemas enfrentados pelo setor ainda aparece, em quinto lugar, a burocracia excessiva, com 18,6% das opções.
A Sondagem Indústria da Construção mostra que as expectativas dos empresários caíram. Em janeiro, o Índice de Confiança do Empresário (ICEI) da construção caiu 1,1 ponto na comparação a dezembro de 2022, marcando 49,6 pontos, ficando abaixo da linha de 50 pontos, o que indica falta de confiança dos empresários do setor. Essa é a quarta queda consecutiva do indicador, que acumula recuo total de 13,1 pontos em quatro meses.
A situação financeira das empresas no quarto trimestre de 2022, por outro lado, destaca a CNI, é a melhor já registrada desde o quarto trimestre de 2013. A Sondagem aponta um avanço no índice de satisfação de 1,6 ponto, para 49,5 pontos. "O número se situa muito próximo da linha divisória de 50 pontos, aproximando a média do índice para um nível satisfatório", diz a CNI.
O índice de evolução do nível de atividade da indústria da construção caiu para 46,6 pontos em dezembro, da mesma forma que o índice de evolução do nível de número de empregados que recuou para 46,9 pontos. Os dois indicadores tiveram queda pelo segundo mês consecutivo. "A queda nos dois índices, no entanto, é considerada natural e esperada para os meses de novembro e dezembro, além de serem avaliadas como mais brandas que o usual para o período", destaca a entidade.
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