Consignado: mudanças de regras deve reduzir valor de empréstimoMarcello Casal Jr/Agência Brasil

Rio - O governo federal alterou algumas regras do empréstimo consignado relativas ao Auxílio Brasil. As novas medidas, que foram publicadas no início de fevereiro e já estão em vigor, deverão reduzir significativamente o valor que os beneficiários poderão pegar como empréstimo. De acordo com Rodrigo Bernardo, especialista em educação financeira da Barkus Educacional, o empréstimo deve ser visto como uma forma de apagar o incêndio, mas é preciso sempre ficar alerta.

"O prazo máximo para pagamento que antes era de 24 meses, agora cai para seis. Já o juros mensal que era de até 6,5% ao mês, agora cai para 2,5%. A margem consignada, por sua vez, era de 40%, agora cai para 5%. Isso pode implicar no orçamento do beneficiário visto que essa é uma medida conservadora do governo porque permite que a pessoa use um valor no empréstimo que será descontado na folha. Então, o beneficiário não tem a opção de não pagar, diferente de outras modalidades de crédito”, inicia o especialista.

Rodrigo ressalta ainda que no modelo antigo, isso acabava isso acabava de alguma forma dando a possibilidade do beneficiário pegar um valor muito grande e não conseguir pagar. "Agora, enxergamos um cenário em que a pessoa não 'se enrole', porque vai ser só uma pequena parte do benefício mensal dela que vai ser comprometida com esse empréstimo. Isso é bastante positivo. O empréstimo deve ser visto como uma forma de 'apagar o incêndio', porque você consegue pagar em dia e deixa de usar. Então, acho que esse novo modelo tende a levar o usuário a esse novo caminho", continua.
"Só pegue o empréstimo em caso de necessidade extrema e caso não apareça nenhuma outra linha de crédito que apresente uma condição de juros que seja mais benéfica para o usuário que tome a linha de crédito. Não é enxergar a oportunidade como um dinheiro que está sendo dado, como complemento de renda. Que ele seja usado para coisas importantes, como auxiliar nas compras de mercado ou contas urgentes de fim de mês", reforça.

O especialista em educação financeira ressalta ainda que esse benefício pode ajudar a pessoa a controlar o próprio orçamento limitando o valor que vai ficar comprometido com aquele empréstimo. "Isso faz com que a pessoa fique muito menos exposta a possibilidade de comprometimento grande daquilo que ela recebe, o que impossibilitaria o pagamento de outras contas. Essa nova regra pode guiar a pessoa a se controlar com o benefício. A pessoa também precisa tomar cuidado com o valor solicitado para não se extrapolar com as outras contas”, finaliza.