Desde agosto do ano passado, a preocupação com a falta de clientes tem aumentado entre os donos de pequenos negócios em todo o país. Segundo a 3ª edição da pesquisa Pulso, realizada pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os meses de agosto de 2022 e abril de 2023, a falta de clientes passou de 24% para 31% como um dos fatores que mais têm dificultado o funcionamento do negócio.
Esse quesito ocupa a segunda posição, atrás apenas do aumento dos custos, que foi mencionado por 38% dos entrevistados e que apresentou uma redução de quatro pontos percentuais quando comparado com a primeira edição da pesquisa.
“As famílias estão cada vez mais endividadas e os juros altos atrapalham ainda mais, pois freiam o consumo e espantam os clientes. Esse é um dos motivos que o aumento de custos tem perdido força, enquanto a preocupação de ter para quem vender tem crescido”, observa o presidente do Sebrae, Décio Lima.
O medo da falta de clientes tem segurado os empreendedores a repassarem os aumentos de custos para os clientes. Apesar de 78% alegarem que tiveram incremento nos gastos com insumos, combustíveis, aluguel e energia nos últimos 30 dias, quase metade afirmou que não repassou esse impacto para os clientes e 41% parcialmente. Apenas 8% repassaram totalmente o aumento de custos. Em agosto do ano passado, eram 76% reclamando do aumento de custos, 43% não repassando, 47% parcialmente e 9% totalmente.
O contexto de falta de clientes e pressão do aumento de custos também prejudicaram o faturamento dos pequenos negócios: 42% apresentaram queda se comparado com o mesmo período do ano passado e apenas 25% tiveram aumento. Somente dois segmentos dos 22 analisados na pesquisa apresentaram aumento de faturamento: Indústria Alimentícia e Serviços empresariais. A variação média de queda foi de -10%.
Metodologia
Os dados da pesquisa foram coletados entre os dias 24 de abril e 2 de maio de 2023, por meio de formulário on-line. Foram respondidos 7.537 formulários dos 26 estados e do Distrito Federal. O erro amostral é de +/- 1% para os resultados nacionais e o intervalo de confiança é de 95%.
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