Fachada do Banco Central Marcello Casal Jr./Agência Brasil
BC inicia pesquisa piloto com empresas do setor não financeiro
Nessa primeira experiência, cerca de cem empresas serão consultadas
Após críticas de parlamentares de que o Banco Central (BC) "só dá ouvido" ao mercado financeiro, a instituição cumpriu a promessa de seu presidente, Roberto Campos Neto, e iniciou nesta segunda-feira, 6, a primeira pesquisa também com empresas da economia real sobre previsões para a economia.
O questionário é diferente do Boletim Focus, respondido semanalmente pelos economistas do mercado financeiro. No caso das empresas, a pesquisa piloto coletará informações e percepções dos executivos em duas partes. A primeira contém perguntas sobre as condições atuais econômicas e do negócio da empresa. Na segunda parte, há questões sobre a evolução esperada para a economia e para os negócios.
De acordo com o BC, a primeira parte inclui percepções relacionadas à demanda pelos produtos da empresa, à variação dos custos de mão de obra, à variação dos preços dos produtos e à margem de resultado da empresa. O questionário é complementado por duas perguntas sobre as expectativas de inflação, para os próximos doze meses e daqui a três anos.
Nessa primeira experiência, cerca de cem empresas serão consultadas. A amostra inicial partiu de uma seleção das maiores companhias de cada setor, (excluindo-se os setores público e financeiro), além de empresas com as quais o BC já vem realizando reuniões periódicas.
As informações das coletas iniciais, entretanto, não serão divulgadas. A ideia é aperfeiçoar o questionário e validar os resultados antes de converter o questionário em uma pesquisa recorrente com um rol maior de empresas, cuja publicação será trimestral.
"Em linha com a experiência de outros bancos centrais, a pesquisa visa coletar a percepção e as expectativas do setor empresarial não financeiro quanto à situação dos seus negócios e sobre algumas variáveis econômicas que podem influenciar suas decisões", avaliou o BC, em nota, lembrando já há um aumento do número de reuniões periódicas do diretor de Política Econômica, Diogo Guillen, e do Departamento Econômico com essas companhias.
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