Eletrodoméstico pode representar um gasto maior no fim do anoFreepik

No dia 13 e 14 de novembro, o Brasil bateu recordes seguidos de maior consumo de energia elétrica da história, chegando a 100 gigawatts (GW). Com as altas temperaturas promovidas por conta das mudanças climáticas e é claro, dos últimos meses do ano, gastar energia tem sido mais fácil do que nunca foi. O que poucos sabem é que a geladeira pode ser uma 'vilã' nessa história.
Além deste dado, de acordo com uma pesquisa desenvolvida pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a variação de consumo entre setembro de 2022 e setembro deste ano chegou a um aumento de 9,1% no caso de imóveis residenciais.

Alguns motivos para o crescimento do consumo de energia e para o aumento nos gastos com as contas são conhecidos. Eles variam entre a chegada das férias de verão, o calor e, por consequência de ambos, o uso mais constante de determinados eletrodomésticos.
O que poucas pessoas sabem, é que não são apenas os ar-condicionados que consomem a maior parcela de energia. De acordo com Lucas Paiva, especialista do setor há quase uma década e representante da Lead Energy, boa parte do consumo está associado às geladeiras, por exemplo:
“Não é todo mundo que tem conhecimento, mas a geladeira também é uma máquina térmica. Ela tira o calor do compartimento interno e coloca pra fora. Sendo assim, se a temperatura externa subir, ela começa a naturalmente gastar mais energia para compensar essa mudança de temperatura”, explicou.

Além deste fator, Lucas relembra que o aumento do consumo de energia não está associado somente com o consumo direto, mas também, a uma mudança de comportamento específica do consumidor durante as festas de fim de ano: as compras.
“O aquecimento da economia também é um dos motivos. As empresas dão aquele gás para fabricar mais os produtos que vendem nas festas. Assim, com o aumento da produção de alimentos, presentes e itens de decoração, as empresas fazem turnos extras, funcionam nos fins de semana e tudo isso aumenta o consumo”, garantiu.

Apagões
As questões com os gastos são pequenas próximo a uma problemática que está se tornando frequente no país. Os apagões estão ocorrendo com pequenos intervalos em várias regiões. De acordo com Lucas, o aumento do consumo também pode provocar consequências como essa, mas já adianta que as chances de um “pane geral no sistema” são bem menores do que imaginamos:
“O risco de apagão é claro. Se uma máquina trabalha sobrecarregada, para atender um consumo que se elevou, ela sempre tem uma probabilidade maior de falha. Porém, o Brasil está preparado. Caso ocorra um defeito estrutural, não seria a ponto de causar um desabastecimento”.
Dicas

Por fim, o profissional destina a sua análise aos consumidores residenciais e oferece algumas dicas básicas para evitar os gastos excessivos, provenientes do consumo exagerado, com as contas de energia:
“Recomendo que, aos que possuem ar condicionado, mantenha-os ligados só em casos de presença no ambiente, que deve estar sempre fechado. É preciso também ficar atento à manutenção nesse tipo de equipamento. Lembrar da iluminação eficiente, ou seja, verificar o consumo das lâmpadas, usando luz natural sempre que possível e, é claro, passar essas dicas para todos os moradores da casa”.