Bancos defendem limite para parcelamento sem juros no cartão de créditoMarcello Casal Jr/Agência Brasil
Relator da lei que criou teto para rotativo assina manifesto contra fim do parcelado sem juros
Movimento Parcelo Sim agrega comércio, empresas independentes que fornecem aos lojistas, maquininhas, fintechs e entidades do setor de serviços
São Paulo - O deputado federal Alencar Santana (PT-SP), que foi o relator na Câmara dos Deputados do projeto de lei que criou um teto de juros para o crédito rotativo, assinou a petição do movimento Parcelo Sim, lançado por entidades do varejo e do setor de serviços para defender a manutenção da modalidade.
O movimento foi criado pelas associações para evitar uma limitação do parcelado sem juros como forma de reduzir as taxas do rotativo. Grandes bancos e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) dizem que o produto é subsidiado pelo rotativo, e que por isso a linha em que entram pessoas que deixam de pagar o cartão de crédito em dia é tão cara.
Para reduzir os juros do rotativo, bancos defendem que o parcelado sem juros seja limitado. O comércio, empresas independentes do setor de maquininhas, fintechs e entidades do setor de serviços rejeitam essa possibilidade.
A discussão tem acontecido porque o PL do Desenrola, relatado por Santana, define que o rotativo passará a ter um limite de juros equivalente a 100% do valor da dívida original caso o setor financeiro não chegue até o fim deste ano a uma autorregulação que reduza os juros. É na discussão sobre qual será essa autorregulação que a discordância entre os dois lados se dá.
"O parcelado sem juros é uma conquista da sociedade brasileira, da estabilidade econômica do País. Mexer nisso será um grande baque na economia, extremamente prejudicial ao comércio", diz Santana em nota.
Ele acrescenta que o maior impacto seria para consumidores de baixa renda, que se financiam para determinadas compras usando o parcelado sem juros.
Lançado na semana passada, o Parcelo Sim recebeu as assinaturas de mais de 93,3 mil pessoas contrárias a restrições ao parcelado sem juros. Ao todo, 18 entidades endossaram o movimento.
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