Segundo Banco Central, endividamento das famílias foi menor em outubroMarcello Casal JrAgência Brasil

O spread em operações de crédito apresentou redução em outubro. Dados divulgados nesta terça-feira, 5, pelo Banco Central mostram que o spread bancário médio no crédito livre passou de 32,0 pontos porcentuais em setembro para 30,7 pontos porcentuais em outubro.
No segmento pessoa física, o spread passou de 45,8 para 43,7 pontos porcentuais entre os dois meses. Para pessoa jurídica, o spread médio oscilou de 11,7 para 11,6 pontos porcentuais na passagem de setembro para outubro.
O spread é calculado com base na diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o que é efetivamente cobrado dos clientes finais (famílias e empresas) em operações de crédito.
O spread médio do crédito direcionado, oscilou de 4,8 para 4,9 pontos porcentuais na passagem de setembro para outubro.
Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) foi de 21,2 para 20,3 pontos porcentuais entre os dois meses.
Inadimplência
A taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos passou de 4,8% em setembro para 4,9% outubro, informou o Banco Central.
Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência se manteve em 5,9% de um mês para o outro. No caso das empresas, variou de 3,4% para 3,5% no período.
A inadimplência do crédito direcionado (recursos da poupança e do BNDES) passou de 1,5% para 1,4% em outubro ante setembro.
Já o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência recuou de 3,5% para 3,4% em outubro.
Endividamento das famílias
O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro fechou o mês de setembro em 47,7%, menor do que em agosto (48,0%). O recorde da série histórica do Banco Central ocorreu em julho de 2022 (50,1%). Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 30,2% no nono mês de 2023, contra 30,4% em agosto.
Setembro foi o terceiro mês de operação do programa federal de renegociação de dívidas Desenrola. Na fase do programa iniciada no dia 17 de julho foi possível renegociar dívidas bancárias de consumidores que ganham até R$ 20 mil mensais, sem garantia do Tesouro Nacional.
Além disso, o nome de pessoas que tinham dívidas de até R$ 100 nos bancos foi "desnegativado" automaticamente, sem o perdão dos compromissos. A segunda fase, para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 2.640,00), começou no fim de setembro e tem garantia do Tesouro.
Segundo os dados do BC para o mês de setembro, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) terminou o mês em 27,4%. Em agosto, o porcentual era de 27,5%. O recorde da série foi registrado em junho de 2023, com 28,4%. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda passou de 25,4% no oitavo mês do ano para 25,3% em setembro.