Tragédia climática no Rio Grande do Sul contribuiu para a elevação do IIE-Br Foto: Reprodução/Internet

O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) subiu 6,4 pontos na passagem de abril para maio, para 112,9 pontos, maior nível desde março de 2023, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
"A forte alta do IIE-Br em maio leva o indicador de volta a um patamar desfavorável após 11 meses oscilando abaixo ou no entorno dos 110 pontos. Uma análise de nuvem de palavras contidas nos textos que foram identificados como sinalizadores de incerteza econômica mostra um forte aumento no mês de citações ao Rio Grande do Sul, sugerindo um aumento de incertezas relacionadas ao desastre ambiental na região. Ainda, a alta do mês foi influenciada por incertezas macroeconômicas no front da inflação e no percurso da taxa de juros nos próximos meses do ano e pelas incertezas externas relacionadas ao quadro mais desfavorável da economia internacional", avaliou Anna Carolina Gouveia, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O IIE-Br é formado por dois componentes: o IIE-Br Mídia, que faz o mapeamento nos principais jornais da frequência de notícias com menção à incerteza; e o IIE-Br Expectativa, que é construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA.
O componente de Mídia subiu 4,4 pontos, para 114,2 pontos, contribuindo com 3,8 pontos para o IIE-Br do mês. O componente de Expectativas aumentou 11,5 pontos, para 102,3 pontos, contribuindo com 2,6 pontos para o índice de maio.
"Diante de tantos desafios, é possível que o indicador apresente dificuldades em retornar rapidamente a patamares mais confortáveis, como vinha registrando há quase um ano", completou Gouveia.
A coleta do Indicador de Incerteza da Economia brasileira é realizada entre o dia 26 do mês anterior ao dia 25 do mês de referência.