Fiemg quer levar a questão da correção dos depósitos judiciais para o SupremoAntônio Cruz/Agência Brasil
Federação pede que CNI apresente ação no Supremo contra trecho da lei da desoneração
Fiemg questiona novo cálculo do índice de correção dos depósitos em processos administrativos ou judiciais
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) pediu à Confederação Nacional da Indústria (CNI) que apresente uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando o novo cálculo do índice de correção dos depósitos em processos administrativos ou judiciais. A mudança veio com a lei da desoneração da folha de pagamentos sancionada recentemente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A nova lei estabeleceu que a correção seja feita por "índice oficial que reflita a inflação". Antes, o cálculo era feito pelo taxa Selic, o que representava uma valorização maior ao longo do tempo.
"Com isso, fica evidente que os contribuintes perdem o direito de receber os juros de mora, anteriormente incluídos na taxa SELIC, visto que os valores passarão a ser corrigidos apenas pela inflação. Além da disparidade entre os índices, é importante ressaltar também que essa nova regra se aplica a todas as dívidas e obrigações de qualquer natureza junto à administração pública federal, inclusive aqueles depósitos destinados à garantia de tributos federais", alegou a Fiemg, em nota assinada pela superintendente jurídica da federação, Leticia Lourenço Gallo, e divulgada nesta segunda-feira, 30.
De acordo com a federação, "a lei não esclarece se a alteração no índice de correção se aplicará apenas a depósitos feitos a partir de sua vigência ou se retroagirá a depósitos anteriores". "Não seria adequado que tal definição ficasse a critério de um ato infralegal do Ministério da Fazenda", completou.
O pedido da Fiemg à CNI foi feito porque cabe à confederação, enquanto representante do setor industrial perante o STF, apresentar esse tipo de ação.
A lei da desoneração foi aprovada neste ano no Senado e na Câmara, após meses de embates e negociações entre os parlamentares e o governo.
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