Presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da abertura do 14º Encontro Nacional da Indústria (Enai)Marcelo Camargo / Agência Brasil
O caso mobilizou o agronegócio e o governo brasileiro em uma rara convergência entre Lula e o setor, majoritariamente bolsonarista. "Eu quero que o agronegócio continue crescendo e causando raiva num deputado francês que hoje achincalhou os produtos brasileiros", afirmou o presidente da República.
Segundo o chefe do Executivo, será fechado o acordo entre Mercosul e União Europeia mesmo se a França não quiser — o protecionismo agrícola do País é o principal entrave.
"Comércio é uma guerra", disse Lula. Para o presidente, "nenhum país do mundo falará bem dos nossos produtos".
O petista também defendeu encontros empresariais em países como Índia, Japão e Vietnã para diversificar os negócios brasileiros no exterior e atrair investimentos. Após o boicote, o Carrefour pediu desculpas e elogiou a carne brasileira.
"Qual a explicação para a taxa de juros estar do jeito que está hoje?", questionou o presidente da República em discurso no Encontro Nacional da Indústria, em Brasília.
Ele afirmou que a inflação está controlada e que o País está crescendo como não crescia desde 2010, quando ele deixou o governo. Segundo o presidente, aquela foi a última vez em que o Brasil "cresceu para valer".
Lula disse que a economia real é "maior que discursos fictícios", em uma crítica indireta a analistas que questionam a política econômica do atual governo.
O presidente e seus ministros devem anunciar um pacote para contenção de despesas nos próximos dias, mas o presidente não mencionou essa discussão em sua fala.
Segundo o chefe do Executivo, o País crescerá mais de 3% neste ano. "Quando eu chego no governo, a sorte chega também", declarou.
Ele disse querer fechar o acordo ainda neste ano. "Para superar essa pauta, que estou há 23 anos", afirmou Lula, durante a abertura do Encontro Nacional da Indústria (Enai).
"O papel do presidente da República é conviver com quem é presidente da Câmara e do Senado e estabelecer conversas para aprovar aquilo que é de interesse do estado brasileiro", declarou.
Para uma plateia de empresários, o chefe do Executivo disse que o governo manterá empenho para novos acordos comerciais. "Quero fazer reuniões com a Índia. Em março iremos para o Japão. Depois vamos para o Vietnã", afirmou.
Ao cobrar a priorização dos interesses brasileiros, Lula disse que as relações comerciais não devem observar determinados fatores políticos. "Não quero brigar com os EUA, não quero saber se presidente é Biden ou Trump. Temos nossos interesses, eles têm os deles. Nossos interesses têm que convergir", afirmou.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.