Tony Qiu apresenta o capacete inteligente oferecido gratuitamente pela Keena aos entregadores ciclistasBreno da Mata/Divulgação

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A Keeta, braço internacional da chinesa Meituan, aposta suas fichas no mercado brasileiro de delivery, que movimenta cerca de R$ 10 bilhões por ano. Com investimento de R$ 1 bilhão, a empresa inicia oficialmente nesta segunda-feira, 1º, as operações na capital paulista e em mais oito cidades da Grande São Paulo. Os números da Keeta são expressivos: 27 mil restaurantes cadastrados, 98.200 entregadores e acordos de entrega com varejistas do porte de KFC, Seven Kings, Don Corleone Pizza e Ayla Sushi.
A chegada da Keeta ao mercado de delivery brasileiro deve agitar um setor que hoje é marcado por um quase monopólio. A chinesa promete revolucionar o serviço de entregas, oferecendo diferenciais para restaurantes e entregadores. De acordo com o presidente de Operações Internacionais da empresa, Tony Qiu, a ideia é oferecer um serviço caracterizado por inovação, eficiência e competitividade.
Projeto piloto na Baixada Santista
Em 30 de outubro, a Keeta iniciou um projeto piloto em São Vicente, cidade da Baixada Santista. A experiência acumulada na “pré-estreia” mostrou peculiaridades do mercado brasileiro. Em pouco mais de 20 dias, a chinesa atraiu mais de 1.600 restaurantes e contou com a adesão de 4.700 entregadores.
Ao mesmo tempo, foram testados os principais diferenciais do sistema chinês de delivery. Entre as novidades estão a política de “horário garantido”, que garante ao consumidor compensação em caso de atrasos, com cupons de até R$ 200. Já para os restaurantes, há atendimento humano em todas as etapas, dispensa de contratos de exclusividade e antecipação de sete dias para recebíveis, sem qualquer custo — contra os 30 dias praticados hoje no mercado. Outro atrativo: taxas 2% a 3% menores.
Aos entregadores é oferecida a remuneração média de R$ 30 por hora, acima do que atualmente é praticado pelas empresas que atuam no Brasil. Além disso, há investimento pesado na segurança dos ciclistas. Eles têm à disposição um capacete inteligente, fornecido gratuitamente. O dispositivo é conectado por bluetooth, fornecendo informações em tempo real sobre rotas, melhor trajeto e orientações gerais. Isso dá mais segurança ao entregador, já que ele não precisa olhar constantemente a tela do celular. Em caso de acidente, a central da Keeta é acionada imediatamente. Em um segundo momento, o capacete inteligente também estará disponível para os motociclistas.
A ferramenta de “Compra Intermediada” permite oferecer ao consumidor ofertas de restaurante ainda não integrados à plataforma. A solução estará disponível para estabelecimentos de qualquer porte que enfrentem dificuldades com a integração do aplicativo
Escolha do consumidor
Para Tony Qiu, a entrada da Keeta no mercado brasileiro trará benefícios para o consumidor. Segundo ele, a diversidade de opções permite competição de preço e de qualidade dos serviços.
“Somos contra contratos de exclusividade, algo que não é saudável. Não queremos criar obstáculos para os estabelecimentos. Preferimos dar liberdade para que lojistas e consumidores possam escolher a melhor opção. Por acreditarmos no nosso modelo de negócios, ficamos muito tranquilos em deixar o consumidor fazer a sua escolha. Nosso foco é ir além de ser um serviço de delivery; queremos proporcionar uma experiência única de consumo”, explica.
O vice-presidente de Parcerias Estratégicas da Keeta, Danilo Mansano, destacou que 90% das entregas da plataforma são rastreáveis e 90% dos restaurantes oferecem entregas grátis.
“Nosso tempo médio de entrega durante o projeto-piloto foi de 30 minutos. Na Grande São Paulo, manteremos esse ritmo, mas sem colocar em risco a segurança dos entregadores. Não basta fazer o pedido chegar rápido ao consumidor; é preciso garantir que o entregador chegue bem”, ressalta.
Sobre a expansão da empresa no país, Qiu explica que todo o processo ocorrerá de forma planejada e sustentável. O executivo lembra que a Keeta tem previsto o investimento total no Brasil de R$ R$ 5,6 bilhões.