Publicado 24/10/2022 07:59 | Atualizado 24/10/2022 15:13
O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) chegou ao presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, na madrugada desta segunda-feira, 24, por volta de 1h15. Ele foi preso após se render a Polícia Federal na noite de domingo, 23. Durante a manhã, ao receber a voz de prisão pela PF, em sua casa, no município de Levy Gasparian, no interior do Rio, Jefferson reagiu com tiros e granadas. De acordo com a instituição, dois agentes ficaram feridos, mas estão bem.
Embora tenha sido levado ao presídio de Benfica, há previsão de transferência para Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste, ainda nesta segunda-feira.
Roberto Jefferson se rendeu por volta das 19h, em casa, e seguiu para a sede da PF no Rio após resistir por mais de oito horas a ordem de prisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele fez exame de corpo de delito no IML e seguiu para Benfica.
Além da prisão judicial, ele também foi preso em flagrante sob a acusação, inicial, de tentativa de homicídio, sem prejuízo de eventuais outros crimes cometidos durante a ação.
O mandado foi expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, na noite de sábado, 22, após Jefferson xingar a ministra Cármen Lúcia, do STF, de “bruxa” e compará-la a uma “prostituta” pelo favorável aos direitos de resposta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Jovem Pan. O vídeo foi publicado nas redes sociais de Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha dele.
Jefferson também desrespeitou medidas de prisão domiciliar, que cumpria por inquérito sobre uma organização criminosa que atenta contra o Estado Democrático de Direito, desde o dia 13 de agosto do ano passado. Entre as infrações, estão o uso de redes sociais, compartilhamento de fake news que compromete o STF, orientação de dirigentes do PTB, receber visitas e dar entrevistas.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem Roberto Jefferson é atrelado, inclusive pela imprensa internacional, tentou desvincular sua imagem a do ex-deputado. Em live ao lado do candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), o mandatário falou sobre o episódio e disse que não tinha "uma foto" dos dois juntos. Apesar da afirmação, registros de Jefferson ao lado de Bolsonaro estão sendo publicados nas redes sociais. Pelo menos três fotos de diferentes visitas do deputado ao Palácio do Planalto foram compartilhadas. O chefe de Estado também chamou Jefferson de "bandido", afirmando que "o tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido". O presidente prestou solidariedade aos agentes feridos.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que Jair Bolsonaro teria mandado o ministro da Justiça, Anderson Torres, para proteger Jefferson. "Bolsonaro é muito agressivo. Ele teve a petulância de mandar o ministro da Justiça lá para proteger um cidadão que tinha se recusado a se entregar para a PF que cumpria o mandado de um juiz. Ou seja, é um absurdo", afirmou durante participação em um podcast.
O candidato a vice-presidente de Lula, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB) criticou o ataque. "Solidariedade aos policiais e cinegrafista atingidos, vítimas de violência hoje no Rio. Solidariedade também à ministra Cármen Lúcia, do STF, que sofreu uma atitude misógina e extremamente desrespeitosa", disse, em live com o candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad.
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