O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL), teve a "petulância" de mandar um ministro para proteger o ex-deputado federal Roberto Jefferson, preso neste domingo, 23, após troca de tiros com policiais federais em sua casa no Rio de Janeiro.
Durante participação no podcast DL Show, o petista se referiu ao pedido de Bolsonaro para que o ministro da Justiça, Anderson Torres, acompanhasse a rendição de Jefferson. "Bolsonaro é muito agressivo. Ele teve a petulância de mandar o ministro da Justiça lá para proteger um cidadão que tinha se recusado a se entregar para a PF que cumpria o mandado de um juiz. Ou seja, é um absurdo", disse.
Nas redes sociais, Bolsonaro disse repudiar as declarações do ex-parlamentar contra a ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia e que já havia determinado a ida de Torres ao Rio de Janeiro "para acompanhar o andamento" do episódio, o qual chamou de "lamentável".
Após troca de tiros de Jefferson com policiais federais, durante mandado de prisão na casa do ex-deputado, no Rio de Janeiro, Bolsonaro tentou se distanciar do ex-presidente do PTB. Em live ao lado do candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), o mandatário falou sobre o episódio e disse que não tinha "uma foto" dos dois juntos. Imagens de Bolsonaro ao lado de Jefferson, no entanto, podem ser encontradas na internet, inclusive nas redes sociais do próprio ex-deputado.
Em um vídeo gravado no momento da operação, Jefferson disse que não iria se entregar. De acordo com a PF, dois agentes ficaram feridos na ação por "estilhaços de granada arremessados pelo alvo", mas foram socorridos e passam bem.
A operação aconteceu após Roberto Jefferson xingar a ministra Cármen Lúcia de “bruxa” e compará-la a uma “prostituta” pelo voto favorável da magistrada em conceder 116 direitos de resposta ao ex-presidente Lula na Jovem Pan, depois que o canal divulgou informações falsas sobre o petista. O vídeo foi publicado nas redes sociais de Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha dele.
A Associação Brasileira De Juristas Pela Democracia (ABJD) chegou a ir ao STF pedir para revogar a prisão domiciliar do ex-deputado após as declarações. Segundo os juristas, as ofensas misóginas de Jefferson violam as regras impostas a ele para o benefício.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.