Rondinelli corre para a galera rubro-negra no Maracanã após garantir para o Flamengo o título carioca de 1978 - Reprodução Canal 100
Rondinelli corre para a galera rubro-negra no Maracanã após garantir para o Flamengo o título carioca de 1978Reprodução Canal 100
Por ALYSSON CARDINALI

Rio - O que Rondinelli e Rodrigo Mendes possuem em comum além da letra R no nome e de terem levado o Flamengo a conquistas inesquecíveis? Os dois entraram para a história como heróis improváveis após marcarem gols decisivos e se tornarem carrascos do arquirrival Vasco nas conquistas históricas dos Campeonatos Cariocas de 1978 e 1999.

Rondinelli: 'Meu gol foi o pontapé inicial para a Geração Zico'

Rodrigo Mendes: 'Ser campeão com a 10 do Galinho foi especial'

O zagueiro, nascido em São José do Rio Pardo-SP, tinha moral com a torcida, mas era apenas uma peça importante na engrenagem que contava com talentos como Zico, Adílio, Júnior e Carpeggiani. Já o meia, natural de Uberaba-MG, foi alvo de críticas na época da decisão de 20 anos atrás — teve dificuldade para se firmar como titular —, mas deu a volta por cima.

Em 1978, precisamente no dia 3 de dezembro, Rondinelli cravou seu nome na eternidade. Conhecido como 'Deus da Raça', ele marcou o gol que deu o título estadual ao Flamengo diante de um Vasco considerado favorito — era o atual campeão carioca — e que iniciou a chamada 'Geração Zico', que ganharia quase tudo nos cinco anos seguintes. Diante de 120.433 pessoas no Maracanã, Rondinelli, aos 41 minutos do segundo tempo, aproveitou cobrança de escanteio de Zico e, de cabeça, mandou a bola para a rede de Leão. O Flamengo encerrou um jejum de cinco jogos sem balançar a rede do Vasco, faturou a Taça Rio (vencera também a Taça Guanabara) e ergueu a taça.

Rodrigo Mendes comemora o gol que deu ao Flamengo seu 25º título estadual - Arquivo/Agência O Dia

A façanha de Rodrigo Mendes não foi menos dramática. O Vasco tinha a vantagem do empate na tarde daquele sábado de 19 de junho de 1999, em um Maracanã com 87.590 torcedores, e dominava o clássico. Até que, aos 31 minutos do segundo tempo, Mauro Galvão fez falta em Caio, pouco depois da intermediária. A cobrança seria de Beto, mas o então camisa 10 da Gávea, apesar da distância para a meta de Carlos Germano, estava confiante e pediu para bater a infração. O chute de pé esquerdo saiu forte, a bola ainda desviou em Nasa e morreu nas redes, com o goleiro cruzmaltino imóvel.

Foi o gol do 25º título estadual rubro-negro. O resto é história. Uma história de alegria e emoção não só para Rondinelli e Rodrigo Mendes, mas para todos os flamenguistas, que, hoje, contra o Vasco, no Maracanã, esperam celebrar mais um título estadual e festejar seus novos heróis — improváveis ou não.

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