Aos 25 anos, Alan ganhou sua primeira chance na Seleção principal de vôlei justamente no ano anterior ao Jogos de Tóquio. E o oposto estreou em grande estilo encerrando a temporada pela equipe nacional como o melhor jogador da Copa do Mundo do Japão, conquistada de forma invicta pelo Brasil com 11 vitórias e apenas cinco sets perdidos em todo o torneio. Jogador do Sesi (SP), Alan conheceu a modalidade em Nilópolis e passou pela escolinha do Botafogo. Agora, acredita ter dado mais um passinho para a realização do grande sonho de disputar a Olimpíada na capital japonesa sob o comando do técnico Renan Dal Zotto.
"Todo atleta sonha com isso, e acho que, depois dessa temporada, especialmente da Copa do Mundo, pode ser que eu tenha dado um passinho adiante neste sonho. Mas, tenho os pés no chão e sei que tenho muita coisa para viver ainda. Estou à disposição do Renan sempre e, claro, meu desejo é estar em Tóquio", afirma Alan.
SAUDADES DO FILHO
Fã dos campeões olímpicos Wallace e Evandro, de Leandro Vissotto e de Theo, todos opostos como ele, Alan conta que não foi fácil driblar a saudade do filho, Samuel, nas viagens em sua primeira temporada na Seleção, especialmente na Copa do Mundo do Japão. "Foi muito difícil, pois o campeonato é bem longo. A sorte é que hoje em dia temos a Internet que ajuda muito. Conseguia matar um pouco da saudade pelas conversas de vídeo, mas agora não largo mais ele", conta Alan, recepcionado no desembarque da Seleção pelo filho na quinta-feira de manhã, no Aeroporto de Guarulhos.
Há três anos, Alan apenas assistia às partidas da Seleção que se sagrou campeã olímpica no Rio. "Lembro de ficar muito empolgado com os jogos. A cada partida me dava mais vontade de jogar uma edição de Jogos Olímpicos. A felicidade de ver aquele time ser campeão foi incrível", recorda, sem esconder a felicidade com o seu atual momento: "Foi uma temporada incrível, muito melhor do que eu sempre sonhei. Tudo me surpreendeu muito e, tanto o Sul-Americano, quanto a Copa do Mundo, onde conquistamos os títulos, e o Pré-Olímpico, onde conseguimos a vaga, foram momentos muito marcantes para mim e na minha carreira. Realmente estou vivendo um sonho. Este primeiro ano na seleção foi de muita realização".
Nascido no Rio, Alan começou a jogar vôlei em uma aula de Educação Física na Escola Municipal Maria da Conceição Cardoso, em Nilópolis, e ainda jogou na escolinha do Botafogo. "Lembro de me divertir muito no início de tudo. Lembro também que foi um pouco difícil, pois quando ia treinar no Botafogo era muito longe, demorava uma hora e meia para ir para o treino e mais uma hora e meia para voltar. Passava mais tempo indo e voltando do que treinando, mas isso me ajudou muita a dar valor às coisas", recorda.
