Presidente da Fifa reforçou apoio à luta das mulheres pelo mesmo tratamento dado aos times masculinosFoto: AFP

A Copa do Mundo Feminina está recebendo um aumento de 300% na sua premiação total em dinheiro para a edição deste ano. O torneio, que será disputado pela primeira vez com 32 seleções, terá um fundo de 150 milhões de dólares (R$ 792,2 milhões, na cotação atual) para distribuir entre os países participantes. O valor representa um aumento considerável em relação à edição de 24 equipes, em 2019, quando o montante a ser dividido foi de 38 milhões de dólares, algo em torno de R$ 200 milhões.
Segundo Gianni Infantino, presidente da Fifa, parte do prêmio em dinheiro deve ser dedicado ao pagamento das atletas. A declaração ocorreu nesta quinta-feira, logo após o cartola ser reeleito no cargo por aclamação até 2027.
Infantino estabeleceu uma meta de premiação igual para homens e mulheres em suas próximas Copas do Mundo, em 2026 e 2027, respectivamente - uma tarefa difícil quando as 32 seleções masculinas dividiram US$ 440 milhões (R$ 2,3 bilhões) na Copa do Mundo do ano passado no Catar.
O presidente da Fifa também expressou novamente seu descontentamento com as emissoras por oferecerem muito pouco pelos direitos de TV da competição. O cartola disse que a Fifa não venderá os direitos de transmissão do torneio na Austrália e na Nova Zelândia pelos preços atualmente oferecidos.
"As mulheres merecem muito, muito mais do que isso e estamos aqui para lutar por elas e com elas", afirmou. Segundo ele, algumas emissoras, incluindo canais de serviço público, ofereceram até cem vezes menos pelos direitos do torneio feminino.
Infantino levantou a questão pela primeira vez em outubro na Nova Zelândia e insistiu que a Fifa ainda não venderia a esses preços com o futebol feminino atraindo audiências talvez 20% a 50% menos do que os jogos masculinos.
"Bem, ofereça-nos 20% menos, 50% menos. Mas não 100% menos", disse Infantino no discurso de encerramento do Congresso da Fifa "É por isso que não podemos fazer isso."
Jogadoras de todo o mundo têm lutado por igualdade salarial e pelo mesmo tratamento dado aos times masculinos. O movimento é capitaneado principalmente por atletas do Estados Unidos, atual campeã, além de Canadá, França e Espanha.