Brasil perdeu para a Argentina por 1 a 0 no MaracanãReginaldo Pimenta

Rio - Apesar da derrota por 1 a 0 para a Argentina, a terceira seguida nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, o técnico Fernando Diniz elogiou o desempenho da seleção brasileira na noite da última terça-feira (21), no Maracanã. Após a partida, o treinador afirmou que o resultado foi injusto pelo que sua equipe produziu e tratou os tropeços com naturalidade no processo de evolução do Brasil.
"Jogo de dois times tradicionais, muito fortes, embora a gente teve um número de finalizações parecido, o Brasil levou muito mais perigo. A Argentina não teve nenhuma chance para fazer, a única que teve foi no escanteio, a gente errou na marcação e o Otamendi conseguiu fazer o gol. Tivemos quase também chances em muitos contra-ataques meio claros para acertar o último passe e poder finalizar. Estivemos muito mais perto da vitória do que a Argentina. Achei o resultado bastante injusto", afirmou Diniz.
"O desempenho a gente controla. E eu acho que é um caminho. Quando você controla o treinamento, as coisas que você pretende fazer no jogo, mas às vezes o resultado escapa. Como é que vai fazer para ganhar? Deixar de evoluir, deixar de construir? Deixar de acreditar nos meninos que jogaram hoje, um monte que nasceu nos anos 2000? Isso é o futuro que a gente tem. E os jogadores se empenharam. Se conseguir ir melhorando isso, a tendência é de os resultados aparecerem de maneira consistente", completou.
Diniz também falou sobre a reação da torcida brasileira durante a derrota para a Argentina. Já no fim, houve xingamentos direcionados a ele e gritos de "olé" para uma troca de passes do time de Messi.
"A torcida está no direito de fazer o que ela quiser. Ela vem e a gente tem que entregar o nosso melhor. O torcedor é passional e quer vencer, então ele está no direito de vaiar. Acho que gritar olé para a Argentina é um pouco demais. Tanto que o pessoal que falou foi vaiado pelo público que estava. Mas vaiar, ficar indócil com o time porque não está ganhando é extremamente compreensível. Do resto, temos que saber conviver com as vaias e com a pressão. Ele (torcedor) quer vencer e jogar bem. Acho que o time jogou bem, mas não venceu. E quando isso acontece e vem a derrota, é um fato normal", declarou.
Sobre as marcas negativas do Brasil sob seu comando, o treinador voltou a frisar que não gosta de analisar apenas o resultado, mas o desempenho de sua equipe como um todo. A derrota foi a primeira sofrida em casa pela Seleção na história das Eliminatórias.
"Eu vou falar a mesma coisa que falei quando o Fluminense ganhou a Libertadores: você não pode achar que a vida é só estatística, se ela for só estatística está tudo muito ruim. Mas se a gente analisar como um processo de mudança, de jogadores, teve muitas coisas. Hoje tivemos três jogadores que disputaram a última Copa do Mundo, a Argentina teve quase um time completo. E jogando assim, com confiança plena, porque se a Argentina perdesse hoje, como perdeu do Uruguai, tinha uma aceitação do público diferente. Então, o desempenho está oscilando. Contra a Colômbia eu falei que jogamos boa parte do tempo melhor. E quando a gente fala não tem um impacto grande. O treinador da Argentina assistiu ao mesmo jogo que eu, ele concordou", disse Diniz.
Com o resultado, o Brasil permanece com sete pontos na tabela de classificação e foi para a sexta colocação, após três derrotas consecutivas. O time volta a campo pelas Eliminatórias somente em setembro de 2024.