Daniel Alves obteve nova vitória judicialAFP

Rio - O ex-lateral-direito Daniel Alves, de 42 anos, teve uma outra vitória judicial. Desta vez em um processo movido contra a ex-mulher, Dinorah Santana. De acordo com informações do jornal espanhol "Marca", o ex-jogador recuperou 628 mil euros (cerca de R$ 4 milhões) referentes a pensão alimentícia.
O ex-casal teve dois filhos e Dinorah, que é empresária, alegou que Daniel Alves teria deixado de pagar os valores da pensão em 2011, quando o casal se separou. O valor de 628 mil euros (cerca de R$ 4 milhões) estava bloqueado pela Justiça Espanhola, porém, o Tribunal de Justiça da Catalunha decidiu pela vitória do ex-jogador.
Daniel Alves irá recuperar o dinheiro que estava bloqueado. Além disso, Dinorah terá que reembolsar todos os gastos que o ex-lateral-direito teve ao longo do processo. O ex-casal se relacionou por dez anos e a união gerou dois filhos.
Relembre anulação de condenação de Daniel Alves
No dia 28 de março, o Tribunal da Catalunha anulou a condenação de quatro anos e seis meses que Daniel Alves havia recebido em março de 2024. O entendimento do colegiado foi de que houve "insuficiência de provas" e classificou o testemunho da denunciante como "não confiável". O Ministério Público da Espanha já anunciou que irá entrar com recurso contra a decisão.

A decisão favorável ao lateral anulou dois outros recursos, que corriam em paralelo no Tribunal de Justiça da Catalunha. Ambos apelavam pelo aumento da pena: a Promotoria da Superior defendia uma condenação de nove anos, enquanto outra ação, movida pelos representantes da denunciante, pediu para elevar a sentença a 12 anos.
O júri que anulou a sentença de Daniel Alves foi composto por três mulheres e um homem. Na análise do juiz Manuel Álvarez, junto a seus magistrados, a condenação do atleta continha uma série de "lacunas, imprecisões, inconsistências e contradições sobre os fatos".

"O que foi explicado pela denunciante difere sensivelmente do que aconteceu de acordo com o exame do episódio registrado. A divergência entre o que a queixosa relatou e o que realmente aconteceu compromete seriamente a fiabilidade da sua história", afirmou Tribunal da Catalunha na decisão

Cabe ressaltar que a anulação da condenação de Daniel Alves não significa que os relatos da denunciante sejam falsos, mas sim na insuficiência de provas que contemplem a acusação de estupro. Ester García, representante da jovem que acusa o brasileiro, lamentou a decisão e declarou que estuda entrar com uma apelação contra a sentença, mas tenta evitar o prolongamento do "inferno" que sua cliente teria passado.

A decisão gerou polêmica na Espanha. Na segunda-feira, cerca de 200 pessoas se reuniram em frente ao Palau de la Generalitat, sede do governo catalão, para demonstrar repúdio à anulação da sentença e exigir a revogação da decisão judicial. A mobilização foi organizada por grupos feministas e ativistas dos direitos das mulheres, que consideram a anulação da condenação um retrocesso na luta contra a violência de gênero.

A decisão em favor do brasileiro foi criticada por ministros do presidente Pedro Sánchez. A vice María Jesús Montero declarou ser "uma vergonha que o depoimento de uma vítima ainda esteja sendo questionado e que a presunção de inocência tenha precedência sobre o depoimento de mulheres jovens e corajosas". Após críticas da oposição, ela se desculpou pela declaração nesta terça, mas classificou a decisão como "retrocesso".

Daniel Alves não atua profissionalmente desde 2023, quando teve seu contrato rescindido junto ao Pumas, do México, após a exposição da denúncia de agressão sexual. O clube ainda busca, junto à Corte Arbitral do Esporte (CAS), uma indenização financeira, prevista em contrato, pela quebra do vínculo. Em contrapartida, os advogados do brasileiro devem mover ao menos três processos contra o time mexicano.