Bruno Lage optou por deixar Tiquinho Soares no banco e foi alvo de protesto da torcida do Botafogo Vitor Silva/Botafogo

Bruno Lage se colocou ainda mais na mira da insatisfação da torcida do Botafogo ao optar por deixar Tiquinho Soares na reserva no empate em 1 a 1 em casa com o Goiás. Além das quatro rodadas sem vencer, a opção por tirar o artilheiro do Brasileirão e ídolo alvinegro gerou gritos de burro e aumenta a pressão vinda da arquibancada sobre o trabalho do técnico português, cada vez mais alvo das críticas.
Ao escolher Diego Costa para o ataque, Lage explicou que levou em consideração o momento de Tiquinho, que não vinha bem e não havia feito gols nos três jogos após ficar quase um mês sem jogar por causa de lesão no joelho esquerdo. O atacante voltou a balançar redes justamente contra o Goiás, saindo do banco.
"O resultado desta alteração vem em função de tudo. O Tiquinho tem sido um dos jogadores mais importantes da temporada. Na minha opinião nos últimos jogos não foi aquele Tiquinho que a gente via até o momento da lesão. Tendo um jogador como o Diego, tomamos a opção de colocá-lo na frente. Mas sempre com esta opção de jogar os dois juntos. Nada de retirar mérito de Tiquinho, foi uma questão de opção", explicou.
Ainda assim, a troca virou mais um motivo para a torcida pegar no pé do técnico português, que faz questão de tirar a pressão dos jogadores e colocar apenas em si. Foi assim na declaração em que deixou o cargo à disposição, após a derrota para o Flamengo por 2 a 1, e também ao assumir a responsabilidade após a eliminação na Copa Sul-Americana.
"A pressão do Botafogo surge em função de estar na posição que está. E com alguns pontos de vantagem as pessoas querem que aconteça o mais rapidamente possível (título). A pressão tem em todo lado. Quem venceu essa rodada? A pressão não está só do nosso lado, também está do outro lado. Temos que aprender a conviver com isso", avaliou.
Mesmo chamado de burro e alvo de protestos, Lage optou por evitar o confronto. Ele aplaudiu em direção à arquibancada na saída do campo, descartou ironia e agradeceu pelo apoio da torcida do Botafogo.
"As palmas foram de apoio. A torcida pode vaiar quem eles entenderem. Eu estou agradecendo o fato deles seguirem apoiando a equipe. A maneira como me queiram tratar é completamente indiferente. Preferia que fosse outra situação, mas também para isso temos que conseguir o resultado. O homem que estava aqui sentado antes de mim (Luís Castro) também chamaram os nomes que me chamaram. Faz parte desta profissão", disse.