Renato Paiva comanda treino do Botafogo no CT do Philadelphia EaglesVítor Silva/Botafogo

Estados Unidos - Na entrevista coletiva desta sexta-feira (27), Renato Paiva fez uma reflexão sobre o futebol "da vida real" e do "Walt Disney". O técnico do Botafogo fez essa comparação ao destacar as diferenças que existem entre as expectativas e o que o contexto concreto que os times estão inseridos.
"Há dois tipos de futebol: o futebol da vida real e o futebol do Walt Disney. No futebol da vida real, tu tens que perceber quem és, contra quem jogas e nem sempre podes jogar da mesma forma, porque às vezes não te é permitido. Ou pela qualidade do adversário, ou pela postura tática do adversário. No futebol do Walt Disney, nós temos que jogar todos ao ataque, como se jogássemos sozinhos. Depois de ganharmos do PSG, na cabeça das pessoas, nós tínhamos que ter trucidado o Atlético de Madrid", iniciou Paiva.
"Até vou contar uma história. Cruzei com um torcedor, e ele dizia-me que devíamos ter jogado de outra forma, se jogássemos de outra forma contra o Atlético de Madrid, teríamos ganho com certeza, porque fomos muito defensivos. Eu perguntei-lhe: 'Ok, é a sua opinião, eu respeito, mas diga-me uma coisa, quantas vezes viu o Atlético de Madrid jogar este ano?'. E ele disse: 'Não vi nenhuma'. Portanto, está explicado. Isto é um bocadinho o futebol do Walt Disney", completou.
Ainda na estreia de "futebol da vida real" x "futebol Walt Disney", Renato Paiva projetou o jogo contra o Palmeiras. O Botafogo encara o Alviverde neste sábado (28), a partir das 13h (de Brasília), no Lincoln Financial Field, na Filadélfia. A partida é válida pelas oitavas de final do Mundial de Clubes. 
"O futebol do Walt Disney não tem a ver com atacar mais ou atacar menos, ou defender mais ou defender menos. Tem a ver com as perspectivas reais ou irreais sobre com quem tu estás a jogar e em que contexto. O que eu quero amanhã é que a minha equipe seja, de fato, mais inteira do que foi, que ataque mais, que tenha mais bola, se é que o Palmeiras vai deixar. E que, quando tiver que defender, defenda. Ou na pressão ou em bloco médio. Quando tiver que ser baixo será, que seja completa, com bola", projetou o português.
"Se me perguntar qual é o upgrade para as últimas duas exibições, eu quero ter mais bola. O Palmeiras é uma equipe muito pressionante, com um corredor central muito agressivo, onde ganha muitas bolas e daí partem momentos de transição perigosíssimos. Quero é desafiar os meus jogadores a terem mais bola, que eu acho que é o que nos faltou um bocadinho, em especial no jogo com o Atlético de Madrid. Com o PSG foi 100% perfeito e mesmo que nós quiséssemos ia ser mais difícil, mas pela forma de jogar do Atlético, nós não tivemos mais bola por questões técnicas", concluiu.
Paiva confirmou que Jair é dúvida para a partida. Se não for possível contar com o zagueiro, David Ricardo e o Kaio Pantaleão, que chegou ao Glorioso na janela extra para o Mundial, são as alternativas. 
"É dúvida, é um fato, é dúvida. Esperamos que ele consiga recuperar, estamos a trabalhar nisso. Ele e o Barboza têm feito uma dupla importante nas sinergias em que eles se encontram no jogo e, portanto, já estão muito identificados um com o outro", contou o técnico.
"Não tem absolutamente nada a ver com o Kaio (Pantaleão), mas o que tem a ver com o Kaio é esta identificação que o Barboza e o Jair têm, que o Kaio ainda não tem, que vai tendo com os treinos desde que chegou e que não são assim tantos. Portanto, vamos tentar fazer com que o Jair jogue. Se não jogar, terei que pensar se será o David (Ricardo) ou será o Kaio", completou.