John TextorVítor Silva / Botafogo
Textor relembra dificuldade para encontrar substituto de Artur Jorge: 'Ninguém queria'
Técnico campeão da Libertadores e do Brasileirão deixou o Botafogo oficialmente no início de janeiro
Rio - O acionista majoritário da SAF do Botafogo, John Textor, relembrou a dificuldade para encontrar o substituto de Artur Jorge e admitiu que "ninguém queria" o cargo. O técnico deixou o Glorioso oficialmente no início do ano para comandar o Al-Rayyan, do Catar, e Renato Paiva só foi anunciado no fim de fevereiro.
"Eu não poderia dizer isso na época em que estávamos passando por aquilo. Por que você não contratou um técnico? Por que demorou tanto, John? Por que levou tanto tempo para conseguir um técnico? Eu vou te dizer uma coisa: ninguém queria o cargo. E eu não podia dizer isso publicamente, porque teria sido prejudicial ao Botafogo, ao clube, à marca, ao nosso espírito, ao nosso sentimento de orgulho", disse John Textor, em entrevista ao 'Uol'.
"Mas as pessoas conhecem o Brasil, certo? Ninguém quer assumir esse cargo logo depois de você ter vencido o Brasileirão, uma Copa Libertadores, o melhor ano em 120 anos. É um cargo de alto risco, especialmente no Brasil", completou.
À frente do time, Artur Jorge conquistou a Libertadores e o Campeonato Brasileiro de 2024. Depois do português, o Botafogo acertou a contratação do compatriota Renato Paiva, que ficou no cargo até a eliminação do time no Mundial de Clubes. Em julho, o Alvinegro acertou a contratação de Davide Ancelotti.
"Não é mau planejamento perder o seu treinador quando seu treinador explode a vida pessoal no meio da temporada, decide que quer ir embora, inventa uma história de que quer ficar, quando você sabe que ele já está indo embora. Você já perdeu o seu treinador antes mesmo do fim da temporada. Antes do campeonato acontecer, nós sabíamos que iríamos perdê-lo", destacou Textor.
O empresário ainda afirmou que André Jardine, técnico do América-MEX, queria o cargo. No entanto, de acordo com John Textor, o brasileiro mudou de ideia.
"Não consegui persuadir ninguém sobre o projeto. Um após o outro, Tite, Tata Martino, Rafa Benítez... O primeiro, minha primeira escolha, só porque ele queria muito o cargo. Ele disse 'sim' para o trabalho. Era o André Jardine, que está no México, e queria voltar para o Brasil. Mas aí ele diz: 'bom, eu nunca quis o emprego'. Isso porque o dono dele aparece no México, dá um monte de dinheiro e ele diz: 'Estou bem aqui no México'. Não consegui ninguém para assumir o cargo", afirmou o americano.

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