Rio de Janeiro - RJ - 22/01/2020 - ARQUIVO - Incêndio no Ninho do Urubu - Foto Reginaldo Pimenta / Agência O DiaReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Incêndio no Ninho: engenheiro acusa Flamengo de adulterar cena do crime
Clube teria mandado funcionário a arrancar partes de instalação elétrica problemática durante investigações
Rio - Um engenheiro contratado pelo Flamengo para realizar um laudo independente do incêndio no Ninho do Urubu, em fevereiro de 2019, acusou o clube de adulterar a cena do crime. Em entrevista ao "UOL", o profissional revelou que um funcionário recebeu ordens para arrancar partes de instalação elétrica problemática durante a investigação da perícia.
O engenheiro José Augusto Bezerra foi contratado pelo Flamengo para realizar um laudo independente do incêndio no Ninho do Urubu. O caso ocorreu no dia 8 de fevereiro de 2019 e vitimou dez jogadores da base do clube que dormiam nos contêineres-dormitórios. Segundo o profissional, Reinaldo Belotti, CEO do clube, comprometeu o resultado da perícia.
O laudo de José Augusto Bezerra apontou "má instalação elétrica" do alojamento como uma das causas do incêndio. Segundo o engenheiro, a ordem de Reinaldo Belotti de mandar um funcionário arrancar partes de instalação elétrica problemática comprometeu o resultado da perícia, que culpou um defeito no ar-condicionado e o material inflamável das paredes dos contêineres.
Atualmente, José Augusto Bezerra trava uma batalha na Justiça contra o Flamengo. Em 2020, o engenheiro processou o clube por quebra de contrato de um serviço posterior ao laudo. Na ação, ele acusa o clube de pressioná-lo a pagar uma propina a uma pessoa ligada à diretoria. O Rubro-Negro nega as acusações e entrou com uma ação criminal para revelar quem lhe pediu propina.
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