Alexandre Pantoja relembrou as dificuldades que enfrentou antes de conquistar o cinturão (Foto: Divulgação/UFC)

Novo campeão peso-mosca do UFC, Alexandre Pantoja precisou superar muitas coisas até conseguir a tão sonhada chance de lutar pelo título da categoria - e conquistá-lo. Entre as situações, o brasileiro precisou trabalhar como motorista do "Uber Eats" cerca de dois anos antes da vitória contra Brandon Moreno, conquistada no último sábado (8), na luta co-principal do UFC 290, em Las Vegas (EUA).
Em entrevista ao programa "MMA Hour", do site MMA Fighting, Alexandre Pantoja disse que precisava encontrar um segundo emprego na Flórida (EUA), onde mora, durante a pandemia da COVID-19 para sobreviver. Na época, o brasileiro havia acabado de vencer Manel Kape, em fevereiro de 2021, poucos meses depois de perder para Askar Askarov, na primeira série de eventos "Ilha da Luta", em Abu Dhabi, onde desempenhou o papel de lutador reserva da disputa de cinturão entre Deiveson Figueiredo e Joseph Benavidez. Pantoja contou que, em meio à pandemia, decidiu mandar sua esposa e filhos de volta ao Brasil por algum tempo, por conta da falta de dinheiro.

Sozinho por oito meses na Flórida, Alexandre Pantoja trabalhou como motorista do Uber Eats poucos dias antes da sua luta contra Brandon Royval no UFC, em agosto de 2021: "Sempre teve sacrifício da minha parte. Ganhei a luta contra o Manel (Kape) e usei o dinheiro para pagar minha casa e trazer a minha família de volta. O dinheiro era curto e minha esposa começou a limpar casas, e eu comecei a dirigir no Uber Eats. Mas eu faria isso de novo, se precisasse. Não é apenas sobre mim, é sobre minha família e meus filhos, meus dois meninos", relatou o brasileiro.

Naquele período, Alexandre Pantoja dirigia para o Uber Eats e competia em torneios de Jiu-Jitsu por dinheiro, mas os US$ 50 mil recebidos pela "Performance da Noite" na vitória por finalização no segundo round sobre Brandon Royval mudaram sua vida por completo. Tudo o que passou antes do combate, no entanto, não foi nada fácil.

"Uma semana antes da luta (contra Brandon Royval), estava fazendo entregas pelo Uber Eats, estava chovendo e eu fiquei doente. Quando chegou a semana da luta, estava muito doente e tinha medo de ser COVID, de novo. Orei para não ser COVID, porque precisava pagar minhas contas. Quando bati o peso e tudo estava certo, agradeci a Deus, porque eu tinha uma lesão no joelho, estava doente, mas, quando recebesse o pagamento, teria mais seis meses para ‘viver’. No entanto, eu venci a luta, ganhei o bônus. Pude fazer a minha cirurgia e relaxar por alguns meses e, assim, me recuperar bem".
Alexandre Pantoja venceu Brandon Moreno e conquistou o cinturão peso-mosca no UFC 290 - (Foto: Divulgação/UFC)
Alexandre Pantoja venceu Brandon Moreno e conquistou o cinturão peso-mosca no UFC 290(Foto: Divulgação/UFC)

Após a vitória por finalização sobre Brandon Royval, Alexandre Pantoja voltou ao octógono 11 meses depois, para derrotar o atleta Alex Perez, mais uma vez por finalização, no card do UFC 277, em apenas 91 segundos de combate, se consolidando como desafiante número 1 ao cinturão peso-mosca do Ultimate. Ele esperou pela resolução da tetralogia entre Brandon Moreno e Deiveson Figueiredo antes de finalmente ganhar sua chance.

"Tudo o que passei na vida, todas as escolhas que fiz, me fizeram ganhar o cinturão. Dei o meu melhor naquela noite, mas sei que posso fazer muito melhor. Estou feliz porque conquistei o cinturão e todos conhecem minha história agora. Antes de lutar pelo cinturão, eu disse na semana da luta que não precisava do cinturão, tenho tudo que preciso, meus filhos e minha vida, tenho todo o amor que tenho e não preciso do cinturão para dizer que sou o campeão. Este cinturão é para todos que me ajudaram até aqui", encerrou Alexandre Pantoja.